Especialista orienta como conversar com os filhos sobre a tragédia

A tragédia que parou o país mudou sexta-feira (8) a rotina de escolas. Num colégio de Belo Horizonte, os estudantes escreveram mensagens de solidariedade às famílias. As bandeiras passaram o dia a meio mastro.

Em uma sala de aula, em São Paulo, o professor levantou a discussão e todos queriam desabafar. “Ajuda um pouco a gente se alivia um pouco desse acontecimento”, fala um estudante.
Pais também tiveram de enfrentar uma conversa diferente hoje com os filhos. “A gente fala que são pessoas descontroladas. A gente tenta minimizar a situação”, explica um pai.

Cercadas desde cedo por tantas fontes de informação - TVs, rádio, internet - dificilmente as crianças vão ser poupadas de notícias trágicas, como a das mortes no Rio de Janeiro. E o que fazer nessa hora? Contar, esconder ou tentar diminuir a importância do fato? Os pequenos, explicam os especialistas, devem sim, enfrentar o medo.
A psicopedagoga Fernanda Sobreira explica que os pais precisam ajudar os filhos a entender a história. “Converse, fale o que aconteceu uma coisa rara, tão rara que o país inteiro está falando nisso. Quando você vai conversar, procure saber que tipo de curiosidade a criança tem também. Responda mais do que fale”, orienta Fernanda.

A dica é responder apenas o que for perguntado. Se a criança sentir vontade, deixe chorar. Se a criança não esboçar reação em uma conversa, peça pra que faça desenhos ou um texto.

“Você vai perceber, pelos traços do desenho, que tipo de entendimento a criança está tendo dessa realidade. E o adolescente também, pela maneira como ele está fazendo um cartaz, pela maneira como ele está escrevendo uma redação, como é que ele está compreendendo isso”, fala a psicopedagoga.

Foi o que aconteceu numa outra escola de Belo Horizonte. As crianças ainda usaram fitas pretas para lembrar a dor das famílias. “Eu falaria pra elas que quando um filho da gente morre, a gente tem que ter força. E depois, passa o tempo, a gente vai começar a ter alegria no coração de novo”, diz Larissa Cristina, oito anos.

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