DANIELA BEYRUTI DIZ " A RECORD É UMA EMISSORA DE PRIMEIRA , QUE NÃO ENGATA A SEGUNDA "

Filha número três de Silvio Santos, Daniela Beyruti abriu o jogo em entrevista à jornalista Cristina Padiglione do jornal "O Estado de São Paulo". No papo, a diretora artística e de programação do SBT fala sobre o pai famoso, carreira, família, concorrência e muito mais.

Confira os principais trechos:

Carreira: "A nossa criação é muito pé no chão. Meu pai é muito simples, se considera igual a todo mundo, acho que ele não enxerga o tamanho que ele é. Ele educou a gente assim. Nós ou as colegas de auditório eram a mesma coisa. Eu me apaixonei pelo SBT, não só por causa dele. Fui a que mais se apaixonou por televisão desde o início. Fui para os Estados Unidos indefinida, não queria admitir que eu gostava de comunicação. Daí estudei, adorei ter estudado lá (Flórida) porque lá eu não era filha de ninguém. Foi uma oportunidade para eu me analisar."

Convivência com Silvio Santos: "O meu relacionamento profissional com ele sempre foi à base de muita conversa. Até antes de entrar no SBT. Tenho ele como um professor. Até porque quando converso com ele é tanta riqueza de conhecimento, que prefiro dizer: "estou pensando em fazer isso", e trocar ideia com ele. Às vezes ele deixa eu experimentar e às vezes eu tenho que dar razão a ele e dizer: "você estava certo"."

Briga pela vice-liderança: "Todas as pesquisas que a gente fazia mostravam que o telespectador achava que a gente estava demorando pra reagir, que a gente tinha parado de brigar, que a gente não estava na competição. Naquele ano [quando o SBT armou um contra-ataque em resposta à contratação de Gugu pela Record], essa movimentação de artistas deu um gás pro SBT. A gente tá vivo, a gente quer voltar a ter o que é nosso!"

Perda do segundo lugar: "A vida inteira a gente só lutou com o gigante [Globo], e a gente era o Davizinho ali, jogando a pedra, conseguindo pegar no calcanhar dele às vezes, e quando chegou um terceiro na jogada [Record], o SBT começou a olhar muito para o lado e se perdeu. A gente viu que estava com uma imagem muito ruim de mudança de grade, que sempre foi a nossa estratégia ao lutar com a Globo. Vindo a Record, a gente perdeu a mão na estratégia, mudou mais, mudou sem avisar, ficou um pouco mais ansioso."

Crise no Grupo Silvio Santos: "As empresas são super independentes. Mas quando o banco se foi, houve um aperto de cintos. A gente passou por um momento difícil, houve perda, mas, de todos os cenários que foram apresentados pra gente a solução que veio foi a venda do Panamericano, e o cliente viu que as empresas precisam agora viver e ser saudáveis, o SBT ganhou nova vida."

Artistas com contratos curtos: "Prefiro ter as pessoas trabalhando aqui com contrato indeterminado. O que a gente viu é que não adianta nem a emissora ficar presa nem o funcionário. Essa coisa de amarrar, se o profissional amanhã ou depois quiser fazer outra coisa da vida dele, ele tem liberdade."

Record: "A Record virou chacota, é uma emissora de primeira que não engata a segunda, é o que o mercado fala. Estudei a grade da Globo, é uma grade de acordo com o hábito da população brasileira, é uma coisa linda. Você vai no Projac, é uma estrutura de primeiro mundo, é uma fábrica muito bem feita. Eles têm os seus méritos e a gente sempre se enxergou como uma emissora mais nova que tinha mais a crescer."

SBT sem Silvio Santos: "Eu não fico pensando nisso. Minha forma de viver a vida é pensando no hoje. Vamos fazer planos pro SBT? Vamos. Mas ficar pensando no ruim, sofrer por antecipação, isso não."

* A entrevista completa de Daniela Beyruti ao "Estadão" está disponível na edição deste domingo (14) do jornal no caderno de TV ou no site www.estadão.com.br

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