CRÍTICA: Reprodução humana, tema onipresente na TV

O Viva vai reprisar “Barriga de aluguel”, novela escrita em 1990 por Glória Perez. O enredo central tratava do drama de um casal que, não podendo ter filhos da maneira clássica, contratava uma mãe substituta e ela emprestava o útero para a gestação. Passados mais de dez anos, o enredo continua valendo, mas a medicina avançou muito na área de reprodução humana. A ficção acompanhou.

Em “Fina estampa”, Esther (Julia Lemmertz) se prepara para ter um bebê que não é seu nem do marido. Em “A vida da gente”, um milionário vai comprar o sêmen do irmão para que sua mulher possa engravidar. O arranjo está movimentando as tramas amorosas do folhetim de Lícia Manzo. Já foi o tempo em que a “família moderna” era aquela composição de filhos de vários casamentos. Aliás, “família moderna” é uma expressão que soa muito antiga.

Nada disso, entretanto, chega aos pés de um episódio de “Law & order” reprisado esta semana no Universal. Nele, uma jovem viúva pleiteia o direito de engravidar do embrião gerado pelo marido com sua ex-mulher e guardado num laboratório. No rachuncho do divórcio, os embriões couberam a ele, o apartamento na Park Avenue, a ela. Se a viúva arrivista obtém a permissão da justiça para implantar o tal embrião, passa a ter direito a uma herança gordinha. Não conto o desfecho para não estragar a surpresa para o leitor que ainda não esbarrou nas 300 mil reprises. Mas deu para entender? Pois é, está ficando cada vez mais intrincada a coisa.

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