Cotidiano: Corpo de Joelmir Beting é cremado em cerimônia fechada na Grande SP

Joelmir Beting ingressou no jornalismo em 1957 / Divulgação/Band

O corpo do jornalista Joelmir Beting foi cremado na tarde desta quinta-feira em Itapecerica da Serra, na grande São Paulo. A cerimônia foi fechada, e apenas familiares e amigos próximos estiveram presentes no Cemitério Horto da Paz. Beting tinha 75 anos e morreu no começo desta da madrugada.

Mais cedo, o corpo do jornalista foi velado no Cemitério do Morumbi, na zona sul da capital paulista. Diversas personalidades do cenário político e econômico estiveram presentes, e prestaram a última homenagem ao comentarista do Grupo Bandeirantes de Comunicação.

Joelmir estava internado desde o dia 22 de outubro no Hospital Albert Einstein e, no último domingo, sofreu um acidente vascular encefálico hemorrágico. Ontem, a assessoria do hospital informou que o jornalista estava em coma irreversível.
Beting foi mestre em explicar notícias complexas, diz Dilma

A presidente Dilma Rousseff divulgou nota de pesar pela morte de Joelmir Beting. Segundo Dilma, ele foi "mestre" em uma das missões primordiais do jornalismo: a de explicar as notícias mais complexas, de uma forma simples.
Para a presidente, como colunista de jornal, TV e rádio Joelmir Beting abriu caminhos para um jornalismo econômico, sob o ponto de vista do cidadão. Não de autoridades, nem de corporações. Ela encerrou a nota dizendo que as lições de Beting merecem ser seguidas.
Homenagem alviverde
O Palmeiras, time de coração de Beting, divulgou uma nota em homenagem ao seu ilustre torcedor. O clube enalteceu o amor que ele tinho pelo Verdão e lembrou uma fase que imortalizada na voz de Joelmir: "Explicar a emoção de ser palmeirense a um palmeirense é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense, é simplesmente impossível".
Perfil

Joelmir José Beting nasceu em Tambaú, interior de São Paulo, em 21 de dezembro de 1936, onde permaneceu até 1955. Neste período, chegou a trabalhar como boia-fria, aos sete anos de idade. Em 1957, Joelmir - encorajado pelo Padre Donizetti Tavares de Lima, a quem se referia como "guru espiritual e profissional" - começou a estudar sociologia na USP (Universidade de São Paulo) para "fazer carreira no jornalismo".

No jornalismo, iniciou na editoria de esportes, ainda durante a faculdade de sociologia, em 1957. Trabalhou na cobertura de futebol nos jornais "O Esporte" e "Diário Popular" e também na rádio Panamericana, que posteriormente virou Jovem Pan.

Economia

Em 1962, sociólogo formado, trocou o jornalismo esportivo pelo econômico. Inicialmente, como redator de estudos de viabilidade econômica para projetos desenvolvidos por uma consultoria de São Paulo.

Quatro anos depois, foi convidado a lançar uma editoria de Automóveis no caderno de classificados da Folha de S.Paulo. Em 1968, Joelmir foi "premiado", como ele mesmo afirmava, com o cargo de editor de economia da Folha de S.Paulo. Em 7 de janeiro de 1970, lançou sua coluna diária, que foi publicada durante anos por uma centena de jornais brasileiros, com o timbre da Agência Estado.

Em 1991, o profissional iniciou nova fase no jornal "O Estado de S.Paulo". Em texto publicado por Joelmir em seu site, ele descreveu a coluna como o pau-da-barraca profissional. "Com ela, desbravei o economês, vulgarizei a informação econômica, fui chamado nos meios acadêmicos enciumados de ´Chacrinha da Economia´, virei patrono e paraninfo de 157 turmas de formandos em Economia, Administração, Engenharia, Agronomia, Direito".

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