Efeitos pirotécnicos, faíscas, fumaça, corre-corre, desespero e centenas de feridos e mortos espalhados. Esses são os relatos de testemunhas que sobreviveram à tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que deixou mais de 200 mortos e pelo menos 131 feridos. Segundo informações preliminares, o fogo teria começado por volta das 2h30, depois que o vocalista da banda que se apresentava ter feito uma espécie de show pirotécnico, usando sinalizador. As faíscas teriam atingido a espuma do isolamento acústico no teto da boate e iniciado o fogo, que se espalhou em poucos minutos. O incêndio provocou pânico entre os presentes, e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência.
Gaúcho e pernambucana se salvaram
"Eu não estava me sentindo bem, estava sentindo uma angústia. Eu falei pra ele 'Maurício, vamos embora, por favor, eu não quero ficar aqui'. Eu estava me sentindo muito mal, não sei."
(Beatriz Borba, de 18 anos, foi de Pernambuco para o Rio Grande do Sul visitar a família do namorado Maurício. Ambos estavam na Boate Kiss e foram embora pouco antes do incêndio)
"Não caiu a ficha ainda porque faleceram dois amigos meus que ficaram lá e morreram asfixiados."
(Maurício Gomes, de 19 anos, é gaúcho e mora em Recife. Ele e a namorada Beatriz estavam na festa)
"Nunca gostei do cheiro que deixava [o uso de fogos de artifício]. Mas somos empregados, quem manda são os donos (...). Quando estávamos na segunda música após o efeito, senti pingos do teto. Quando vi, estava pegando fogo. O percussionista até tentou jogar água. Um segurança veio com um extintor, mas ele não funcionou. (...) Da minha parte, eu parei de tocar."
(Rodrigo Lemos Martins, de 32 anos, guitarrista contratado da banda Gurizada Fandangueira, estava no palco quando o incêndio começou, na boate)
Extintor não funcionou
"Um dos caras da banda pegou o extintor de incêndio para tentar apagar o fogo, mas não funcionou. Ele tentou várias vezes mas não funcionava. Foi aumentando o fogo rapidamente. Aquela fumaça preta, ficou tudo escuro. Daí eles saíram do palco. Todo mundo correndo, tentando sair, tinha umas mil pessoas lá."
(Luciene Louzeiro, de 34 anos, ligou para a mãe, no Pará, ainda na madrugada de domingo (27) para dizer que havia conseguido se salvar do incêndio)
Músicos dão relato
"A gente saiu mal, no meio da fumaça, tive dor no peito. Fiquei aguardando para podermos nos achar, para ver quem tinha saído. Fomos nos encontrando aos poucos e ficamos na expectativa de achar o Danilo, mas ele não apareceu."
(Eliel de Lima, de 31 anos, baterista da banda Gurizada Fandangueira, que tocava na boate Kiss na hora do incêndio. O sanfoneiro Danilo Jaques, o mais jovem do grupo, morreu).
Banda Gurizada Fandangueira, que tocava na hora do incêndio em Santa Maria, teve um integrante entre os mortos: o sanfoneiro Danilo Jaques, que aparece acima de camisa azul e blazer preto (Foto: Arquivo pessoal)
"Conseguimos sair logo no início pela porta que tinha um metro e meio de largura. Só conseguíamos enxergar 5 centímetros à frente por causa da fumaça preta."
(Valderson Wottrich, líder da banda Pimenta e seus Comparsas, que tocava na boate Kiss antes do incêndio, disse que dois dos quatro membros do grupo ainda estão desaparecidos).
Gente só de calcinha e cueca
“Eu liguei para os bombeiros, algumas pessoas tentaram voltar para pegar mais gente lá dentro, mas tinha fumaça e não dava para enxergar mais ninguém, era uma cortina de fumaça. A gente puxava as pessoas pelo cabelo, pela roupa, muita gente saía só de calcinha e cueca, muitas sem camiseta, talvez para se proteger da fumaça, e os bombeiros chegaram rápido e começaram a organizar e usar a mangueira”.
(Murilo de Toledo Tiecher, de 26 anos, estudante de medicina e um dos primeiros a sair da boate, quando o incêndio começou. Ele conta que, inicialmente, seguranças tentaram impedir a saída dos clientes, mas logo perceberam a fumaça e liberaram a saída. Tiecher diz também que a saída foi dificultada por uma grade colocada perto da porta para organizar a fila de entrada).
Gaúcho e pernambucana se salvaram
"Eu não estava me sentindo bem, estava sentindo uma angústia. Eu falei pra ele 'Maurício, vamos embora, por favor, eu não quero ficar aqui'. Eu estava me sentindo muito mal, não sei."
(Beatriz Borba, de 18 anos, foi de Pernambuco para o Rio Grande do Sul visitar a família do namorado Maurício. Ambos estavam na Boate Kiss e foram embora pouco antes do incêndio)
"Não caiu a ficha ainda porque faleceram dois amigos meus que ficaram lá e morreram asfixiados."
(Maurício Gomes, de 19 anos, é gaúcho e mora em Recife. Ele e a namorada Beatriz estavam na festa)
O baterista Eliel de Lima (esquerda) e o guitarrista
Rodrigo Lemos (direita) estavam no palco quando
o fogo começou (Foto: Giovani Grizotti/ RBS TV)
'Da minha parte, eu parei de tocar', diz guitarristaRodrigo Lemos (direita) estavam no palco quando
o fogo começou (Foto: Giovani Grizotti/ RBS TV)
"Nunca gostei do cheiro que deixava [o uso de fogos de artifício]. Mas somos empregados, quem manda são os donos (...). Quando estávamos na segunda música após o efeito, senti pingos do teto. Quando vi, estava pegando fogo. O percussionista até tentou jogar água. Um segurança veio com um extintor, mas ele não funcionou. (...) Da minha parte, eu parei de tocar."
(Rodrigo Lemos Martins, de 32 anos, guitarrista contratado da banda Gurizada Fandangueira, estava no palco quando o incêndio começou, na boate)
Extintor não funcionou
"Um dos caras da banda pegou o extintor de incêndio para tentar apagar o fogo, mas não funcionou. Ele tentou várias vezes mas não funcionava. Foi aumentando o fogo rapidamente. Aquela fumaça preta, ficou tudo escuro. Daí eles saíram do palco. Todo mundo correndo, tentando sair, tinha umas mil pessoas lá."
(Luciene Louzeiro, de 34 anos, ligou para a mãe, no Pará, ainda na madrugada de domingo (27) para dizer que havia conseguido se salvar do incêndio)
Músicos dão relato
"A gente saiu mal, no meio da fumaça, tive dor no peito. Fiquei aguardando para podermos nos achar, para ver quem tinha saído. Fomos nos encontrando aos poucos e ficamos na expectativa de achar o Danilo, mas ele não apareceu."
(Eliel de Lima, de 31 anos, baterista da banda Gurizada Fandangueira, que tocava na boate Kiss na hora do incêndio. O sanfoneiro Danilo Jaques, o mais jovem do grupo, morreu).
(Valderson Wottrich, líder da banda Pimenta e seus Comparsas, que tocava na boate Kiss antes do incêndio, disse que dois dos quatro membros do grupo ainda estão desaparecidos).
Gente só de calcinha e cueca
“Eu liguei para os bombeiros, algumas pessoas tentaram voltar para pegar mais gente lá dentro, mas tinha fumaça e não dava para enxergar mais ninguém, era uma cortina de fumaça. A gente puxava as pessoas pelo cabelo, pela roupa, muita gente saía só de calcinha e cueca, muitas sem camiseta, talvez para se proteger da fumaça, e os bombeiros chegaram rápido e começaram a organizar e usar a mangueira”.
(Murilo de Toledo Tiecher, de 26 anos, estudante de medicina e um dos primeiros a sair da boate, quando o incêndio começou. Ele conta que, inicialmente, seguranças tentaram impedir a saída dos clientes, mas logo perceberam a fumaça e liberaram a saída. Tiecher diz também que a saída foi dificultada por uma grade colocada perto da porta para organizar a fila de entrada).
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