A baiana Ingra Liberato, que agora está no ar como a Celina de
Balacobaco, adora mudar de ares e variar nos seus projetos. A atriz mal
havia começado na televisão quando conseguiu participar
de grandes produções. Suas personagens em Tieta, da Globo, e Pantanal,
da extinta TV Manchete, lhe deram o destaque que precisava para
conquistar o papel da protagonista de Ana Raio e Zé Trovão, também da
Manchete. Mas, depois de dois anos intensos de trabalho, decidiu fazer
uma pausa.
"Fui criar cavalos. A ideia era descansar, eu precisava recarregar as baterias", avalia.
Foram mais de três anos estudando sobre linhagens e cuidando
de cavalos portugueses. Até que Ingra sentiu saudade de atuar. Iniciou
uma carreira no cinema e participou de novelas como A Indomada e O
Clone, ambas da Globo. Porém, em 2002, veio outra pausa, ao se casar com
o músico Duca Leindecker e se mudar para Porto Alegre.
"Eu queria ter um filho. Esse foi o projeto mais importante de todos, me dediquei à gravidez", revela a atriz, que hoje é mãe de Guilherme.
Longe dos papéis fixos em novelas, Ingra continuou atuando no teatro e
no cinema. Mas também trabalhou em séries produzidas por emissoras
locais e fez participações em novelas como Essas Mulheres e Os Mutantes
Caminhos do Coração, ambas da Record. Depois de 11 anos, voltou a morar
no Rio de Janeiro e fez um teste para a minissérie José do Egito. A
produção resolveu que ela seria ideal para outro projeto da emissora, a
novela Balacobaco, e convidou a atriz.
"Celina é uma mulher forte, cheia de vitalidade, que acredita nos
valores tradicionais da família. Está sendo maravilhoso interpretá-la",
afirma.
Na trama, Celina era casada com Vicente, personagem de Rafael Calomeni,
com quem tem dois filhos. Porém, Vicente começou a se interessar por
Mirela, vivida por Thais Pacholek.
"Então, a Celina começa a procurar o marido e não acha. Ela jamais
teria ido atrás de outro homem, não fosse o fato do marido estar muito
ausente, até a rejeitando", analisa.
Carente, Celina cede ao charme de Magno, interpretado por André
Segatti, e acaba tendo um caso com ele, sem saber que se trata do
capanga de Norberto, personagem de Bruno Ferrari e vilão da trama.
"Ela fica com ele, mas sofre muito. Chora muito, se sentindo culpada.
Até que o Norberto apronta, flagra eles juntos", acrescenta.
Quando descobriu o caso da esposa, Vicente pediu o divórcio.
"Quem traiu primeiro foi ela. Mas ele já estava traindo em pensamento", defende.
Celina tem uma nova reviravolta na trama quando, sabendo do mau-caráter de Norberto, decide desmascarar o vilão.
Para viver a personagem, Ingra buscou um forte entrosamento com os
atores do seu núcleo familiar. Além de Calomeni, que vive seu marido na
trama, Vitor Facchinetti e Ciça Banal interpretam os filhos do casal,
Rafael e Gabriela.
"A gente conversou muito, criou uma intimidade", diz.
Para a atriz, isso é fundamental ao compor um papel.
"Eu busco muito o entrosamento com o elenco, para entrar no clima da história", garante.
Com diversos trabalhos na televisão, no cinema e no teatro, Ingra afirma que não há um veículo melhor de se trabalhar.
"Aprendi que não tem a ver com o meio. Tem a ver com o projeto, com o
personagem, com o grupo envolvido. Eu gosto mesmo é de intercalar",
explica.
Para a atriz, um de seus trabalhos mais marcantes foi na novela
Pantanal. Só era possível chegar no local da gravação de avião bimotor.
"Muita gente recusou participar porque não teve coragem de ir. Conhecer
o Pantanal me marcou muito. É um lugar realmente incrível", derrama-se.
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