Pelo menos nove pessoas morreram e 290 estão desaparecidas após o naufrágio de uma balsa com 475 pessoas a bordo na costa meridional da Coreia do Sul. A embarcação virou e afundou perto da ilha de Byungpoong em apenas duas horas após o envio do primeiro sinal de socorro, às 9h desta quarta-feira (16), que corresponde às 21h de terça-feira em Brasília.
A maioria dos passageiros era formada por estudantes do ensino médio que estavam de férias.
A agência de notícias local Yonhap informou que 179 pessoas foram resgatadas, citando oficiais da Guarda Costeira Nacional.
O governo sul-coreano já confirmou a morte de nove pessoas, incluindo um estudante e uma mulher que integrava a tripulação. O registro de vítimas pode aumentar consideravelmente.
"Temo que existam poucas chances de encontrarmos com vida aqueles que ainda estão presos dentro da balsa", disse Cho Yang-Bok, um dos coordenadores das tarefas de resgate, em entrevista à emissora YTN.
Durante a noite, os mergulhadores, incluindo um grupo das forças especiais sul-coreanas, ainda inspecionavam o navio com a ajuda de uma iluminação especial para tentar encontrar sobreviventes.
"Não vamos desistir, embora a situação seja extremamente preocupante", declarou um porta-voz da Guarda Costeira.
Em um primeiro momento as autoridades anunciaram que 368 pessoas haviam sido resgatadas, mas depois retificaram a informação, esclareceu o vice-ministro de Segurança e Administrações Públicas, Lee Gyeong-Og.
Segundo ele, 178 mergulhadores, incluindo uma equipe de SEALS da Marinha sul-coreana, trabalham no local, enfrentando a baixa visibilidade da água e as fortes correntes. "A água está muito turva e a visibilidade é escassa", afirmou o vice-ministro.
A Sétima Frota americana enviou um navio anfíbio que patrulhava a área para ajudar nos esforços de resgate. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, declarou que os Estados Unidos estão preparados para fornecer ao país aliado "qualquer ajuda" necessária.
As autoridades temem que centenas de pessoas tenham ficado presas na balsa, que virou e afundou perto da ilha de Byungpoong em apenas duas horas após o envio do primeiro sinal de socorro, às 09h00 (21h00 de terça-feira em Brasília).
Imagens aéreas exibidas na televisão mostraram os passageiros com coletes salva-vidas em botes infláveis. Alguns escorregavam pelo casco da embarcação, totalmente inclinada, enquanto outros eram resgatados por pequenos barcos de pescadores.
A balsa seguia para a ilha de Jeju, um complexo turístico muito popular. Entre os passageiros estavam 375 estudantes e 14 professores de uma escola secundária de Ansan, uma cidade ao sul da capital Seul, que estavam de férias.
Pelo menos 78 resgatados eram estudantes. "Sinto uma dor profunda ao ver que estudantes que estavam em uma viagem sofreram este acidente trágico. Quero que coloquem toda a energia em sua missão", disse a presidente Park Geun-Hye durante uma visita ao centro de coordenação de emergências em Seul.
Os pais dos alunos se reuniram na escola de Ansan à espera de notícias e tentavam entrar em contato com os filhos.
"Estou muito preocupado com meu filho", desabafou Lee Ki-Hong, pai de uma das possíveis vítimas. 'Mandei uma mensagem (SMS por celular) uma hora antes de o barco naufragar, mas não tive resposta', disse ele à YTN.
'Não saiam de seus lugares'
Várias pessoas foram resgatadas por barcos de pesca e por navios mercantes que estavam na região antes da chegada da Guarda Costeira. Também participaram do resgate mergulhadores e forças especiais da Marinha.
Várias pessoas foram resgatadas por barcos de pesca e por navios mercantes que estavam na região antes da chegada da Guarda Costeira. Também participaram do resgate mergulhadores e forças especiais da Marinha.
Segundo muitos passageiros resgatados, inicialmente, todos foram orientados a permanecer em suas cabines e assentos. Quando a balsa adernou, o pânico foi generalizado.
"A tripulação ficava dizendo que não devíamos nos mexer", contou um dos sobreviventes ao canal YTN.
"Então, de repente, a balsa virou, e as pessoas escorregaram para um lado. Ficou muito difícil de sair", acrescentou.
"Eu ouvi um barulho muito forte e, de repente, a balsa pareceu inclinar", contou um dos estudantes resgatados.
Outro se lembrou das bagagens e das máquinas de venda automática caindo sobre os passageiros, conforme a embarcação ia virando.
"Todo mundo estava gritando, e muitas pessoas estavam sangrando muito", completou.
Os sobreviventes foram levados para um ginásio nos arredores da ilha Jindo, onde familiares dos desaparecidos aguardavam, no que se anuncia como um longo período de vigília.
A balsa, uma embarcação de 6.825 toneladas, zarpou do porto de Incheon na terça-feira à noite, mas começou a registrar problemas depois de percorrer 13 milhas (20 quilômetros), diante da ilha de Byungpoong.
As causas do acidente são desconhecidas, mas alguns sobreviventes afirmaram que a balsa parou de repente, como se tivesse encalhado, apesar das condições meteorológicas favoráveis.
O barco inclinou mais de 45 graus e, em seguida, virou quase por completo. Apenas uma pequena parte ficou de fora da água. A temperatura da água era de 12°C.
O tráfego marítimo entre a Coreia do Sul e suas múltiplas ilhas é muito intenso, e os acidentes são raros. Mas em outubro de 1993, quase 300 pessoas morreram em um acidente parecido.
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