A Ucrânia declarou nesta quinta-feira (4) estar "indignada" com as acusações da ONG Anistia Internacional (AI) de que o exército ucraniano colocou em risco a vida de civis na guerra contra a Rússia.
"Estou tão indignado quanto vocês com o relatório da Anistia Internacional. Considero injusto", disse o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, em mensagem no Facebook.
De acordo com Kiev, a organização de direitos humanos estabelece uma "falsa equivalência" entre as ações das forças invasoras russas e as tropas ucranianas que defendem o país.
De acordo com a AI, o exército ucraniano colocou os civis em perigo ao estabelecer bases militares em escolas e hospitais e lançando ataques a partir de áreas povoadas para conter a invasão russa.
Essas táticas violam o direito internacional humanitário, alertou a organização em um comunicado.
"Registramos uma tendência das forças ucranianas a colocar os civis em perigo e violar as leis da guerra quando operam em áreas povoadas", declarou Agnès Callamard, secretária-geral da AI.
"O fato de estar em uma posição de defesa não isenta o exército ucraniano de respeitar o direito internacional humanitário", acrescentou.
Entre abril e julho, especialistas de ONGs investigaram os bombardeios russos nas regiões de Kharkiv (leste), Donbass e Mykolaiv (sul). Eles inspecionaram os locais atingidos pelos ataques e interrogaram sobreviventes, testemunhas e parentes das vítimas.
Segundo a AI, os investigadores encontraram provas de que as forças ucranianas lançavam ataques a partir de áreas residenciais habitadas e estabeleceram bases em prédios civis de 19 cidades dessas regiões.
A organização apontou que outras opções, como operar em bases militares ou na floresta, não teriam colocado os civis em perigo. Também afirmou que, segundo suas informações, os soldados que se instalaram nessas áreas não pediram aos civis que se retirassem de lá.
Embora a ONG denuncie essas táticas, insiste que "não justificam de forma alguma os ataques russos indiscriminados" contra a população civil.
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© Agence France-Presse
Reprodução/Fonte: UOL
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