Há exatamente um ano, no dia 23 de março de 2012, Chico Anysio deixou o
humor brasileiro órfão e morreu depois de uma falência múltipla de
órgãos, aos 80 anos, no Hospital Samaritano do Rio de Janeiro. O último
pedido do humorista era de ser cremado e que suas cinzas fossem jogadas
em cima de dois dos locais mais importantes da sua vida: a cidade natal,
Maranguape, no Ceará, e nos estúdios do Projac, na zona oeste do Rio de
Janeiro.
Atendendo ao desejo do marido, Malga di Paula sobrevoou os locais e vai
voltar ao Ceará neste domingo para uma série de homenagens que ele
Chico receberá em sua terra.
“No domingo a tarde vou, às 16h, sobrevoar a terra de Maranguape e
jogar pétalas brancas onde estão as cinzas dele. Às 19h tem missa na
Igreja Matriz de Maranguape.”
Desde o falecimento do marido, Malga revela para O Fuxico que tem sofrido muito com a falta dele e, muito emocionada, diz que a dor tem aumentado a cada dia.
“As pessoas estão dizendo: ‘nossa, já faz um ano?’ e pra mim parece que faz um século.”
Confira o exclusivo desabafo de Malga di Paula:
O Fuxico: Como tem sido este ano para você?
Malga di Paula: Foi horrível, o pior ano da minha
vida. Ainda não sei lidar. Não sei lidar com a ausência do Chico e, pra
mim, é um pesadelo. As pessoas estão dizendo: ‘nossa já faz um ano?’ e
pra mim parece que faz um século. A falta que ele faz é tamanha que
parece que faz uma vida toda que ele foi embora. Está piorando a minha
vida! Hoje eu estou muito triste por ficar lembrando a morte dele. Este
final de semana está sendo difícil.
OF: E quais foram as boas lembranças que ficaram dele?
MdP: Tenho tantas boas lembranças que é difícil de
dizer uma apenas. Aprendi com ele tudo o que sei... Aprendi com ele. Eu,
neste momento, que estou triste não consigo me lembrar das coisas boas.
Ainda tenho a maior que é quanto foi difícil essa época há um ano,
quando ele sofreu. De vez em quando eu até consigo lembrar umas coisa
melhores, rimos juntos com os amigos, a gente fala, mas as lembranças e
coisas ruins têm sido maiores.
OF: E haverá alguma homenagem especial a ele no Rio de Janeiro?
MdP: Hoje vamos fazer um culto muito íntimo, só para a
família, na Igreja Messiânica, que é a igreja que os filhos do Chico
fazem parte. Na verdade, a igreja foi muito importante pra gente quando o
Chico ficou doente. Foram presentes sempre e a gente está fazendo essa
homenagem para ele.
OF: No Ceará também terá homenagem?
MdP: Viajo para Fortaleza onde nós vamos, no domingo à
tarde, vou às 16h sobrevoar a terra de Maranguape e jogar pétalas
brancas onde estão as cinzas dele. Às 19h tem missa na Igreja Matriz de
Maranguape e, depois, vamos sair fazendo homenagem com uma banda
musical. Na segunda à noite, o Governador do Ceará dará uma medalha em
homenagem ao Chico, uma honraria mais importante do Ceará em forma de
medalha que será entregue a mim. Todas as homenagens públicas serão lá.
No Rio será um coisa mais íntima.
OF: E existe algum projeto, de um humorista na televisão, que vá homenagear o Chico?
MdP: Não. Esses personagens são da Globo e ela é dona
deles. Se alguém quiser fazer, só através da Globo. A gente talvez seja
comunicado.
OF: O que foi feito dos figurinos dos personagens do Chico?
MdP: Grande parte dos figurinos são da Globo e outra
parte quem tem é o André Lucas, filho dele, que tem feito exposições
sobre o Chico pelo país afora. Tudo que é de personagem está com ele.
OF: Tem algum objeto dele que você ainda conserve com carinho e não mexeu até hoje?
MdP: Tenho tudo dele guardado e nunca mexi em nada.
Cada gravata, cada meia, que ele deixou, cada caneta. Não desmontei
nada. Tudo está como ele deixou. O escritório está com tudo no lugar, o
closet também, não tive coragem de tirar nada do lugar. Guardo tudo com
muito carinho.
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