“Encantada com a linda estrela cadente que havia desabado atrás deles, Afrodite se levanta do gramado, tentando procurá-la”…
AFRODITE
Viu, Alex… Que linda a estrela cadente? Eu fiz o meu pedido…
Viu, Alex… Que linda a estrela cadente? Eu fiz o meu pedido…
ALEX
Fez, é? E o que você pediu?
Fez, é? E o que você pediu?
(Alex se levanta, se aproximando de Afrodite)
AFRODITE
Não posso contar, senão não se realizará… E você? Fez o seu?
Não posso contar, senão não se realizará… E você? Fez o seu?
ALEX
Fiz sim… E quer saber? O meu pedido tem a ver com o nosso amor.
Fiz sim… E quer saber? O meu pedido tem a ver com o nosso amor.
(Alex fala, pegando as mãos de Afrodite e olhando profundamente no azul dos seus olhos; Afrodite sorri)
AFRODITE
O meu também… O nosso amor jamais se acabará, ele é eterno! Está escrito nas estrelas.
O meu também… O nosso amor jamais se acabará, ele é eterno! Está escrito nas estrelas.
(Alex e Afrodite olham para o céu e sorriem)
ALEX
Nosso amor é como as estrelas…
Nosso amor é como as estrelas…
(Alex e Afrodite se olham)
ALEX
Lindo e infinito.
Lindo e infinito.
(Afrodite sorri, emocionada; Delicadamente, Alex pega na nuca de Afrodite e a beija, carinhosamente; O beijo de Alex e Afrodite é iluminado pela belíssima lua cheia que enfeita o céu, junto das estrelas)
A noite se despede devagar e a doce lua cheia dá lugar ao ardoroso sol que brilha na maior das intensidades…
(Em sua casa, deitado na cama, Quinho desperta aos poucos e se espreguiça ainda bocejando)
QUINHO
Bom dia, minha pitchula!
Bom dia, minha pitchula!
(Quinho sorri; Quinho desperta de vez e repara que a casa está vazia)
QUINHO
Tânia? Cadê você?
Tânia? Cadê você?
(Quinho levanta e começa a procurá-la pela pequena casa de apenas um cômodo)
QUINHO (triste)
Ela já foi…
Ela já foi…
(Quinho vê que ao lado da cama tem um papel, então o pega)
QUINHO
O que é isso?
O que é isso?
(Quinho cheira e sente o perfume de Tânia; Quinho abre o papel e lê, em pensamento, o que está escrito)
TÂNIA (voz)
“Bom dia, meu amor! Tive que sair às pressas porque senão meus pais poderiam descobrir que não eu havia dormido em casa… Sinto-me completamente realizada, essa foi a noite mais perfeita de toda a minha vida. Confesso que estava me sentindo um pouco insegura, mas você se mostrou um perfeito príncipe. Amei me entregar à você… Beijinhos carinhosos! Tânia.”
“Bom dia, meu amor! Tive que sair às pressas porque senão meus pais poderiam descobrir que não eu havia dormido em casa… Sinto-me completamente realizada, essa foi a noite mais perfeita de toda a minha vida. Confesso que estava me sentindo um pouco insegura, mas você se mostrou um perfeito príncipe. Amei me entregar à você… Beijinhos carinhosos! Tânia.”
(Quinho dobra o papel e sorri, emocionado; Quinho pega o lençol manchado com o sangue de Tânia e o alisa com a mão)
QUINHO
Essa foi a minha melhor noite!
Essa foi a minha melhor noite!
(Quinho cheira o lençol manchando e depois o beija, de olhos fechados)
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(Sorrateiramente, Tânia entra em casa pela janela e caminha até o quarto na pontinha dos pés; Tina e Tico dormem tranquilamente e radiante, Tânia tira sua roupa, alisando seu corpo, com a sensação de ainda estar sendo tocada por Quinho; Quando ouve passos se aproximando, Tânia rapidamente veste seu pijama e se joga na cama, fingindo estar dormindo também, assim como os irmãos; Maria das Graças abre a porta e bate palmas)
MARIA DAS GRAÇAS (gritando)
Crianças, acordem! O café já está na mesa.
Crianças, acordem! O café já está na mesa.
(Tico e Tina acordam rapidamente e Tânia finge ainda estar dormindo)
MARIA DAS GRAÇAS
Tânia!… Tânia!… TÂNIA!
Tânia!… Tânia!… TÂNIA!
(Tânia se assusta e por isso, abre os olhos rapidamente)
TÂNIA
Ai, que susto, mãe!
Ai, que susto, mãe!
MARIA DAS GRAÇAS
Desmaiou, menina? Você está dormindo desde a tarde de ontem… E por que você não jantou ontem, hein? Fiz o frango que você tanto gosta…
Desmaiou, menina? Você está dormindo desde a tarde de ontem… E por que você não jantou ontem, hein? Fiz o frango que você tanto gosta…
TÂNIA
É… É que… Eu estava sem fome e com muito sono, mãe. Por isso fui dormir cedo.
É… É que… Eu estava sem fome e com muito sono, mãe. Por isso fui dormir cedo.
(Tina a encara, sabendo que tudo era mentira)
MARIA DAS GRAÇAS
Ah, bem… Vamos pra sala, crianças! Eu já coloquei o pão de vocês.
Ah, bem… Vamos pra sala, crianças! Eu já coloquei o pão de vocês.
(Tico se anima e sai correndo; Maria das Graças sai logo em seguida)
TINA
Você não dormiu em casa nada, Tânia, que coisa feia… Onde você passou a noite, hein?
Você não dormiu em casa nada, Tânia, que coisa feia… Onde você passou a noite, hein?
TÂNIA
Você só pode estar doida, Tina. Eu passei a noite em casa sim.
Você só pode estar doida, Tina. Eu passei a noite em casa sim.
(Tânia mente, abrindo seu guarda-roupa e tirando um vestido para fora)
TINA
Não passou não, Tânia… E isso aqui é meu, por não ter contado pra mamãe.
Não passou não, Tânia… E isso aqui é meu, por não ter contado pra mamãe.
(Tina pega a meia-calça bege de Tânia)
TÂNIA
Ei, a minha meia-calça não!
Ei, a minha meia-calça não!
(Tânia tenta puxar a meia-calça, mas não consegue)
TINA
E essa maquiagem também!
E essa maquiagem também!
(Tina pega o estojo de maquiagem que está sobre a cabeceira e sai correndo)
TÂNIA
Argh! Essa pirralha me dá nos nervos!
(Tânia fica com raiva e bate a porta; Logo, senta-se na cama e começa a sorri, lembrando com amor a noite que passou com Quinho)
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Argh! Essa pirralha me dá nos nervos!
(Tânia fica com raiva e bate a porta; Logo, senta-se na cama e começa a sorri, lembrando com amor a noite que passou com Quinho)
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“Mansão dos Smith; Quarto do casal”…
(Ruez está se arrumando em frente ao espelho, enquanto Marieta está sentada à penteadeira passando creme facial)
MARIETA
Vai trabalhar em pleno domingo, meu bem?
Vai trabalhar em pleno domingo, meu bem?
RUEZ
Pra você ver, Marieta… Aquela fabrica me consome, nem aos domingos posso ficar livre.
Pra você ver, Marieta… Aquela fabrica me consome, nem aos domingos posso ficar livre.
MARIETA
Mas é bom… Assim podemos viver no luxo como estamos acostumados.
Mas é bom… Assim podemos viver no luxo como estamos acostumados.
RUEZ
Mas eu não pretendo morrer de tanto trabalhar não… Agora que a Afrodite encontrou um namorado à altura, estou pensando em treinar o Alex para no futuro governar a “Master Cars”… Ele tem cacife, deu pra perceber ontem no jantar.
Mas eu não pretendo morrer de tanto trabalhar não… Agora que a Afrodite encontrou um namorado à altura, estou pensando em treinar o Alex para no futuro governar a “Master Cars”… Ele tem cacife, deu pra perceber ontem no jantar.
(Marieta para de passar o creme e olha para Ruez, espantado por ouvir tal coisa)
MARIETA
O que fala, Ruez? Aquele… Aquele rapaz mal sabia falar e… E aquelas roupas? Onde já se viu um morador do condomínio “Jardim Atlanta”, que fala inglês e toca de piano, ir se oficializar com a namorada trajando uma calça jeans desbotada e uma camisa polo vermelha? Vermelha, Ruez!… Essa cor que ficou extremamente cafona nele. Aquele garoto parecia ter saído de um subúrbio, isso sim… Não! A cena da lagosta foi a mais patética, nem comentarei por vergonha alheia, faça-me favores! E sem falar da pele dele, né? Ele é moreno, Ruez, certamente deve ter um pezinho na senzala… Ele é quase um… Um negão!
O que fala, Ruez? Aquele… Aquele rapaz mal sabia falar e… E aquelas roupas? Onde já se viu um morador do condomínio “Jardim Atlanta”, que fala inglês e toca de piano, ir se oficializar com a namorada trajando uma calça jeans desbotada e uma camisa polo vermelha? Vermelha, Ruez!… Essa cor que ficou extremamente cafona nele. Aquele garoto parecia ter saído de um subúrbio, isso sim… Não! A cena da lagosta foi a mais patética, nem comentarei por vergonha alheia, faça-me favores! E sem falar da pele dele, né? Ele é moreno, Ruez, certamente deve ter um pezinho na senzala… Ele é quase um… Um negão!
(Ruez morre de rir)
RUEZ
Ai, Marieta! Que exagero… No máximo o Alex é bronzeado do sol, mas negão?
Ai, Marieta! Que exagero… No máximo o Alex é bronzeado do sol, mas negão?
(Ruez gargalha, exageradamente; Marieta se levanta)
MARIETA
Está rindo, Ruez? Pra mim esse alazão é um pangaré, isso sim!… Sinto cheiro de pobreza de longe. Meu faro nunca se confunde, não mesmo… Ruez, esse garoto deve estar querendo enganar a nossa família se passando por rico… Ouça o que estou dizendo.
Está rindo, Ruez? Pra mim esse alazão é um pangaré, isso sim!… Sinto cheiro de pobreza de longe. Meu faro nunca se confunde, não mesmo… Ruez, esse garoto deve estar querendo enganar a nossa família se passando por rico… Ouça o que estou dizendo.
(Aos poucos, Ruez consegue parar de rir)
RUEZ
Ah, Marieta, você é muito engraçada mesmo… O Alex é um pobre, então? Claro que não, meu amor… Senti confiança nele, ele disse que também quer ser industrial, assim como eu. E além do mais, a nossa princesinha não namoraria um pé rapado, né?
Ah, Marieta, você é muito engraçada mesmo… O Alex é um pobre, então? Claro que não, meu amor… Senti confiança nele, ele disse que também quer ser industrial, assim como eu. E além do mais, a nossa princesinha não namoraria um pé rapado, né?
MARIETA
É, até que pode ser… Pra ela ter trocado o Frederick pelo Alex… Então ele deve ser dez vezes mais rico mesmo. Nossa filha não nos daria esse desgosto de namorar um pobretão.
É, até que pode ser… Pra ela ter trocado o Frederick pelo Alex… Então ele deve ser dez vezes mais rico mesmo. Nossa filha não nos daria esse desgosto de namorar um pobretão.
(Ruez sorri)
RUEZ
Agora tenho que ir, querida… O dia será cheio. Tchau!
Agora tenho que ir, querida… O dia será cheio. Tchau!
(Ruez vai para beijar Marieta, que põe a mão na frente)
MARIETA
Cuidado! Vai tirar meu creme.
Cuidado! Vai tirar meu creme.
(Ruez suspira e sai; Marieta senta-se à penteadeira)
MARIETA
A Afrodite nunca trocaria um príncipe como o Frederick por um plebeu esfarrapado… Ou será que trocaria?… Não, não, a minha filha não é boba… Não mesmo!
A Afrodite nunca trocaria um príncipe como o Frederick por um plebeu esfarrapado… Ou será que trocaria?… Não, não, a minha filha não é boba… Não mesmo!
(Ainda em dúvida, Marieta volta a passar o creme no rosto)
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(Em seu quarto, Afrodite está sentada à penteadeira, enquanto Cidinha lhe faz um penteado)
AFRODITE
Ah Cidinha, eu estou tão feliz… Mais tão feliz!
Ah Cidinha, eu estou tão feliz… Mais tão feliz!
(Afrodite sorri, colocando as mãos no coração)
CIDINHA
Dá pra perceber… E seu namorado, Afrodite, que figura, hein! A lagosta dele voou do prato e caiu na cabeça da Maria… Não consegui segurar o meu riso.
Dá pra perceber… E seu namorado, Afrodite, que figura, hein! A lagosta dele voou do prato e caiu na cabeça da Maria… Não consegui segurar o meu riso.
(Cidinha conclui a frase já aos risos)
AFRODITE
Ele ficou com vergonha, coitado, mas foi engraçado mesmo… Independente disso, ele é tão romântico, Cidinha… Eu estou cada vez mais encantada por ele.
Ele ficou com vergonha, coitado, mas foi engraçado mesmo… Independente disso, ele é tão romântico, Cidinha… Eu estou cada vez mais encantada por ele.
(Cidinha sorri)
CIDINHA
Ele também parece muito apaixonado por você… Percebi que os olhos deles brilhavam todas as vezes que ele te olhava. O amor de vocês parece tão bonito…
Ele também parece muito apaixonado por você… Percebi que os olhos deles brilhavam todas as vezes que ele te olhava. O amor de vocês parece tão bonito…
(Sem nem Cidinha ter terminado o penteado, Afrodite se levanta da cadeira e senta-se na cama)
AFRODITE
Cidinha, ontem aconteceu uma coisa, que eu só tenho coragem de contar pra senhora.
Cidinha, ontem aconteceu uma coisa, que eu só tenho coragem de contar pra senhora.
CIDINHA
O quê?
O quê?
(Pergunta Cidinha, aproximando-se de Afrodite)
AFRODITE
Eu tenho vergonha de falar.
Eu tenho vergonha de falar.
(Timidamente, Afrodite ajunta suas mãos)
CIDINHA
Pode confiar em mim, Afrodite…
Pode confiar em mim, Afrodite…
(Cidinha põe sua mão sobre as de Afrodite)
AFRODITE
Ontem quando eu levei o Alex para ver o campo florido, o detrás da mansão, nós nos beijamos, mas… No meio do nosso beijo, ele abaixou a alça do meu vestido e passou a mão no meu seio…
Ontem quando eu levei o Alex para ver o campo florido, o detrás da mansão, nós nos beijamos, mas… No meio do nosso beijo, ele abaixou a alça do meu vestido e passou a mão no meu seio…
(Cidinha fica boquiaberta e se afasta com a mão na boca)
CIDINHA
Afrodite, não me diga que…
Afrodite, não me diga que…
AFRODITE
Não, não… Não aconteceu nada!
Não, não… Não aconteceu nada!
CIDINHA (aliviada)
Que bom… Mas, o que teve depois?
Que bom… Mas, o que teve depois?
AFRODITE
Ah… Eu expliquei pra ele que ainda não estava preparada e que quando fosse a hora certa, seria a coisa mais linda das nossas vidas.
Ah… Eu expliquei pra ele que ainda não estava preparada e que quando fosse a hora certa, seria a coisa mais linda das nossas vidas.
CIDINHA
Está certa, minha filha, os homens só pensam nessas coisas mesmo… Ele pelo menos entendeu, né?
Está certa, minha filha, os homens só pensam nessas coisas mesmo… Ele pelo menos entendeu, né?
AFRODITE
Sim, claro… Ele foi um perfeito cavalheiro, até se desculpou depois… Eu também queria, mas… Ainda sinto-me insegura. O que eu devo fazer, Cidinha?
Sim, claro… Ele foi um perfeito cavalheiro, até se desculpou depois… Eu também queria, mas… Ainda sinto-me insegura. O que eu devo fazer, Cidinha?
CIDINHA
Tudo tem o seu tempo certo, Afrodite! Você ainda é uma menininha, que não está preparada para se transformar em mulher… E ele já provou que te ama de verdade, esperando o seu tempo. Não se apresse!
Tudo tem o seu tempo certo, Afrodite! Você ainda é uma menininha, que não está preparada para se transformar em mulher… E ele já provou que te ama de verdade, esperando o seu tempo. Não se apresse!
(Afrodite sorri; Cidinha faz cafuné em Afrodite , que saudosa, pensa em Alex)
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Em sua humilde casa, Maria das Dores termina mais uma leva de seus doces que faz para vender.
MARIA DAS DORES
Alex, meu filho, leva esses doces na padaria… Eles me contrataram pra fazer os doces de lá… Assim podemos tirar um bom dinheiro no final do mês.
Alex, meu filho, leva esses doces na padaria… Eles me contrataram pra fazer os doces de lá… Assim podemos tirar um bom dinheiro no final do mês.
(Contente, Maria das Dores estende o tabuleiro de doces para Alex, que se levanta do sofá correndo para pegá-lo)
ALEX
Levo sim, mãe… Só tem esse?
Levo sim, mãe… Só tem esse?
MARIA DAS DORES
Sim. Os outros eu ainda estou terminando.
Sim. Os outros eu ainda estou terminando.
(Alex sorri e sai, assoviando; Maria das Dores continua sentada no chão, enrolando uns brigadeiros)
MARIA DAS DORES
Solange! Solange, minha filha!
Solange! Solange, minha filha!
(Solange aparece)
SOLANGE
Oi, mãe…
Oi, mãe…
MARIA DAS DORES
O seu pai já tomou café pra ir trabalhar?
O seu pai já tomou café pra ir trabalhar?
SOLANGE
Ih, mãe, ele tá dormindo até agora… Acho que não vai trabalhar hoje não, hein… De novo.
Ih, mãe, ele tá dormindo até agora… Acho que não vai trabalhar hoje não, hein… De novo.
MARIA DAS DORES
Deus… Desse jeito esse homem ficará sem emprego.
Deus… Desse jeito esse homem ficará sem emprego.
(Solange volta para o quarto e Maria das Dores fica triste)
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“Zona Sul do Rio de Janeiro”…
(Frederick recebe Bruna em sua luxuosa casa)
BRUNA
Frederick, passei aqui para irmos à mansão de Afrodite para ensaiar a valsa.
Frederick, passei aqui para irmos à mansão de Afrodite para ensaiar a valsa.
FREDERICK
Vai na frente, que eu tenho que passar num lugar primeiro.
Vai na frente, que eu tenho que passar num lugar primeiro.
BRUNA
Que lugar? Se quiser eu posso ir com você.
Que lugar? Se quiser eu posso ir com você.
FREDERICK
Não te interessa aonde e não! Você não pode ir comigo… Com licença!
Não te interessa aonde e não! Você não pode ir comigo… Com licença!
(Frederick põe seus óculos escuros e sai)
BRUNA
Eu hein, parece maluco!
Eu hein, parece maluco!
(Bruna não entende nada aquela atitude e sai também)
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Sob o sol ardente, Alex desse o morro com o tabuleiro de doces.
(Enquanto Alex caminha em direção à padaria, Piolho surge por trás de ti e tapa a sua boca, o arrasta até o esconderijo de Metralha)
METRALHA
Então aqui está o traidor… Seja bem-vindo vira-casaca.
Então aqui está o traidor… Seja bem-vindo vira-casaca.
(Segurando seu fuzil, Metralha se aproxima de Alex, encarando-o cruelmente)
ALEX
Traidor?… Vira-casaca?
Traidor?… Vira-casaca?
METRALHA
Quer dizer que você trocou de lado, né? Tô ‘sabeno’ que você é amiguinho de um gambé aí!
Quer dizer que você trocou de lado, né? Tô ‘sabeno’ que você é amiguinho de um gambé aí!
(Alex fica com medo)
ALEX
Não Metralha… Isso não é verdade, não.
Não Metralha… Isso não é verdade, não.
PIOLHO
É verdade sim, porque eu vi vocês dois no maior lero ‘onti’ de noite.
É verdade sim, porque eu vi vocês dois no maior lero ‘onti’ de noite.
ALEX
Não, eu não sou amigo dele não… Ele… Ele só estava me interrogando quando fui visitar a minha namorada.
Não, eu não sou amigo dele não… Ele… Ele só estava me interrogando quando fui visitar a minha namorada.
(Amedrontado, Alex fala com os olhos cheios de lágrimas)
METRALHA
Quem não tá comigo, tá contra mim. Tá entendendo?
Quem não tá comigo, tá contra mim. Tá entendendo?
(Metralha aponta a arma para Alex, fazendo seu coração acelerar)
METRALHA
Então… Você tá do meu lado ou não tá?
Então… Você tá do meu lado ou não tá?
ALEX
Tô, tô…
Tô, tô…
METRALHA
Pra provar, quero que tu leve um pacote ‘prum’ mauricinho que tá lá em baixo ‘esperano’… Piolho, dá o pacote pra ele.
Pra provar, quero que tu leve um pacote ‘prum’ mauricinho que tá lá em baixo ‘esperano’… Piolho, dá o pacote pra ele.
(Piolho dá o pacote para Alex e toma o tabuleiro de sua mão)
PIOLHO
Aqui patrão… Tem doce pá nois, ó!
Aqui patrão… Tem doce pá nois, ó!
(Metralha sorri e come os doces com Piolho e os outros moleques)
ALEX
Não! Esses doces são do trabalho da minha mãe.
Não! Esses doces são do trabalho da minha mãe.
METRALHA
Cala a boca e vai logo!
Cala a boca e vai logo!
(Metralha empurra Alex com a arma; Alex sai cheio de medo; Metralha e os outros devoram os doces, esfomeadamente)
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Tomado completamente pelo medo e pelo desgosto por ter que passar aquilo, Alex desce o morro, correndo, carregando o pacote embaixo do braço.
(Alex gela-se da cabeça aos pés ao ver o policial Almeida conversando com o policial Cardoso)
POLICIAL CARDOSO
Parado aí, rapazinho!
Parado aí, rapazinho!
(Policial Cardoso se aproxima de Alex, que para feito estátua)
POLICIAL CARDOSO
O que é isso aí embaixo do seu braço?
O que é isso aí embaixo do seu braço?
(O coração de Alex dispara e suas pernas ficam completamente bambas)
POLICIAL ALMEIDA
É só um livro, Policial Cardoso… Eu já conheço o Alex, ele é meu amigão aqui do morro.
É só um livro, Policial Cardoso… Eu já conheço o Alex, ele é meu amigão aqui do morro.
POLICIAL CARDOSO
Livro? Deixa eu ver aqui.
Livro? Deixa eu ver aqui.
(Alex quase chora e olha para o policial Almeida, que concorda com a cabeça, para ele entregar o pacote para o outro policial)
POLICIAL CARDOSO
Está surdo, rapaz! Me passa esse pacote agora.
Está surdo, rapaz! Me passa esse pacote agora.
(Alex abaixa a cabeça e o policial Cardoso pega o pacote à força; Policial Cardoso abre o pacote, sem cerimônia, vendo que se trata de drogas)
POLICIAL CARDOSO
Então é só livro, né?
Então é só livro, né?
(Policial Almeida fica chocado; Ainda de cabeça baixa, Alex chora)
POLICIAL ALMEIDA
Ma… Mas…
Ma… Mas…
POLICIAL CARDOSO
Agora você vai ter o que você merece, seu drogado desgraçado!
Agora você vai ter o que você merece, seu drogado desgraçado!
(Sem piedade alguma, policial Cardoso bate em Alex covardemente, atraindo a atenção de todos; Afastado, no outro lado da rua, na saída do morro, Frederick tira seus óculos escuros e vê a cena)
FREDERICK
O Alex… Ah, então quer dizer que o Alex é morador do morro e ainda é entregador de drogas?… Muito bom saber disso!
O Alex… Ah, então quer dizer que o Alex é morador do morro e ainda é entregador de drogas?… Muito bom saber disso!
“Frederick põe novamente seus óculos escuros e sorri diabolicamente, se deliciando ao ver Alex apanhar; Inconformados, os moradores do morro formam uma roda em volta, mas nada fazem para acabar com tamanha crueldade… Quanto mais Alex apanha, mas ele tem a certeza de que não quer nunca pertencer a essa vida da vagabundagem”
(A imagem se congela num tom preto-e-branco)
Continua...
NO CAPÍTULO 12: Metralha faz uma proposta a Alex… O que será? Conto com a presença de vocês!
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