Um Amor e Duas Realidades – Capítulo 35 (Último)

“Com as mãos trêmulas, Frederick aponta a arma para Alex, que realmente se amedronta. Em questão de segundos, Frederick acaba disparando o tiro contra Afrodite, acertando o seu coração; A imagem vai ficando lenta, Afrodite faz expressão de dor ao receber o tiro e o sangue escarlate mancha o seu vestido branco vestido de noiva; Sofrendo, Alex dá um grito ao ver que Frederick atirou em sua amada; Chocados, todos choram, inclusive Frederick, que apavorado, se descontrola. Ao som de um triste instrumental, os olhos de Afrodite vão se fechando lentamente e ela cai nos braços de Alex, que chora… Com medo de perder o seu filho e a sua deusa do amor, aquela que mais amou em toda a sua vida”
ALEX: (gritando) Nããããããããããooooooooo!
(Soluçando, Alex tenta reanimar Afrodite, que não corresponde aos seus comandos)
LUÍS: (preocupado) Eu vou chamar a ambulância!
(Apavorada, Maria das Dores concorda com a cabeça e nervoso, Luís se afasta, pegando um telefone e discando um número; Com pontadas no coração, Cidinha chora bastante e fica tonta, sendo segurada por Adamastor, que a abana com a sua mão; Ana abraça Lucas fortemente, chorando bastante; Chorando, Marieta agarra Ruez, não querendo ver a cena)
RUEZ: Você vai se arrepender de ter feito isso com a minha filha, Frederick… Você fazer você apodrecer na cadeia e você vai se arrepender de ter nascido, seu doente!
(Ruez encara Frederick, que está visivelmente descontrolado)
FREDERICK: Não, não… Eu não queria ter feito isso, eu juro!
(Com os olhos vermelhos e banhados em lágrimas, Alex olha para Frederick)
ALEX: Você tirou o amor da minha vida no passado e não vou deixar que tire agora… Frederick, você vai pagar por tudo o que fez… Ah, se vai!
(Com ódio, Alex encara Frederick; Ao ver Afrodite naquele estado, Frederick sente uma angústia e arrependido, vai dando leves passos para trás, parando no pico do morro)
FREDERICK: Eu não queria ter feito isso, eu amo a Afrodite e sem ela… A minha vida não tem mais sentido algum.
(Banhado em lágrimas amargas, Frederick aponta a arma para a sua cabeça e dispara um tiro, morrendo logo em seguida; Todos se desesperam; De olhos abertos, o cadáver de Frederick cai no chão e rola morro abaixo; Diante de tanta tragédia, Marieta se descontrola)
MARIETA: A minha filha não pode morrer, o meu neto não pode morrer… A minha filha não pode morrer, o meu neto não pode morrer… O minha filha não pode morrer, o meu neto não pode morrer…
(Constantemente, Marieta repete isso, em tom de loucura; Ruez estranha e tenta acalmá-la, em vão; A ambulância chega e prontamente, levam Afrodite para um hospital; Ajoelhado no chão, Alex dá um grito para os céus e chora, compulsivamente, sendo abraçado por Maria das Dores; Lentamente, a câmera vai se afastando, mostrando todos os presentes muito tristes com o acontecido)
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“Hospital – Sala de Cirurgia”
Desacordada, Afrodite está deitada na maca e muitos médicos a operam; Numa cirurgia complicada, eles retiram a bala do coração de Afrodite, que por milagre, continua batendo, fracamente; Em seguida, eles conseguem fazer uma cesariana e nasce um menino, Os médicos comemoram a cirurgia, mas se angustiam pelo estado precário de Afrodite…  
(Do lado de fora da incubadora, Alex observa o seu filho dormir tranquilamente, respirando com ajuda de muitos aparelhos)
MARIA DAS DORES: Ele é lindo, né?
(Sorrindo, Maria das Dores aparece falando e apoia a mão nos ombros de Alex, que ainda está triste)
ALEX: Sim… Lindo como a mãe. Sabe? Quando eu olho pra ele, me dá uma tristeza tão grande. Eu lembro da Afrodite, daquela tragédia… Penso que ela está sofrendo e que…
(Antes mesmo de concluir a fala, Alex sente um nó na garganta e controla-se para não chorar; Compadecida, Maria das Dores o acalenta, alisando o seu rosto)
MARIA DAS DORES: Não pense nisso, meu filho… Vai dar tudo certo, se Deus quiser. É nessa hora que o seu filho mais vai precisar de você, do seu apoio, do seu carinho e de todo o seu amor. Já escolheu o nome dele.
(Alex olha para o filho e um singelo sorriso surge em seu rosto, inchado de tanto chorar)
ALEX: Arthur… Que significa nobre, corajoso. A Afrodite sempre quis que esse fosse o nome do nosso meninão. A luz nas nossas vidas.
MARIA DAS DORES: Lindo nome, meu filho!
(Maria das Dores dá um delicado beijo na bochecha de Alex, que sorri ternamente; Educado, um médico se aproxima)
MÉDICO: Senhor… Alex Duarte!
ALEX: Pois não?
MÉDICO: Venho trazer notícias da paciente Afrodite Smith.
ALEX: (ansioso) Então, doutor… Ela vai ficar bem?
MÉDICO: Isso só o tempo dirá. Nós a colocamos em coma induzido para melhor medicá-la, sem que ela sinta dores ou sofra muito. Nós faremos de tudo, mas ela pode acordar depois de anos e como também não pode mais voltar a ser o que era antes. E no caso dela, foi um milagre mesmo, pois a medicina não consegue entender. A bala atingiu o coração, que mesmo assim continua batendo… Sinto muito, mas o senhor precisa ser forte.
(Sentido, o médico põe a mão sobre o ombro de Alex e se retira, indo cumprir seus afazeres; Diante de tal notícia, Alex leva um baque e perde o chão)
ALEX: Eu não posso perder o grande amor da minha vida, mãe… Sem a Afrodite eu não vivo!
MARIA DAS DORES: Vai dar tudo certo, meu filho… Tenha fé! A Afrodite ficará bem outra vez e vocês ainda será uma bela família.
(Maria das Dores sorri e aperta a mão de Alex, passando-lhe energia; Alex deixa uma lágrima cair e volta a admirar o filho)
O jatinho sobrevoa o céu e já se pode se pode ver a deslumbrante Paris, o desejado destino de Bruna.
(Com a taça de champanhe na mão, Bruna se vislumbra ao ver a Torre Eiffel)  
BRUNA: Paris… Bela Paris! Ainda vou ser mais feliz do que a Bia Falcão, no final de Belíssima!
Os olhos de Bruna brilham e ela gargalha diabolicamente, bebendo mais um gole de seu champanhe; De repente percebe-se um tremor no jatinho e Bruna se assusta, derrubando a sua traça; O piloto tenta contornar a situação, mas não tem mais jeito… O jatinho explode no ar e esse é o fim de Bruna.
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“Penitência – Sala de Visitas”
(Adamastor aguarda sentado à mesa; Algemado, Fábio entra na sala, cabisbaixo; Ternamente, Adamastor sorri ao vê-lo)
ADAMASTOR: Meu filho…
(Invocado, Fábio não entende e o encara, muito confuso)
FÁBIO: Que história é essa? Do que o senhor tá falando?
(Emocionado, Adamastor se levanta e se aproxima de Fábio)  
ADAMASTOR: A sua mãe nunca me permitiu fazer o meu papel de pai, por isso nunca fui presente na sua vida. Mas… Depois de tudo o que aconteceu, eu vim dizer que… Te dou meu apoio de pai.
(Adamastor sorri para Fábio, que não esboça nenhuma reação agradável)
FÁBIO: E quem disse que eu quero o seu apoio, seu velho?
(O sorriso vai sumindo do rosto de Adamastor e Fábio o encara, friamente)
ADAMASTOR: Fábio, eu só…
FÁBIO: Eu cresci a vida inteira sem pai, não vai ser agora que um velho qualquer vai querer vir me dar lição de moral.
ADAMASTOR: (decepcionado) Só sofro pelo que a sua mãe te transformou. Se eu participasse da sua criação, duvido que você teria se transformado no que é hoje.
(Ao ouvir aquilo, uma tristeza invade o coração de Fábio, mas ele não chora)
FÁBIO: Se pensam que estou derrotado… Não sabem do que sou capaz!
(Adamastor fica cabisbaixo e nega com a cabeça, deixando uma lágrima cair de seus olhos; Emburrado, Fábio estampa o ódio em seu rosto)
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“Casa de Maria das Graças – Sala”
(Tânia, Tico, Tina, Lucas e Alice estão sentados no sofá e de mãos dadas, Maria das Graças e Bené se posiciona no centro da sala)
MARIA DAS GRAÇAS: Meus filhos e netos… Eu e o Bené, temos uma coisinha pra contar pra vocês.
(Curiosos, todos se entreolham; Bené e Maria das Graças se olham e sorriem, singelamente; Em seguida, Maria das Graças retorna a olhar para os filhos e netos)
MARIA DAS GRAÇAS: Durante todo esse tempo, eu percebi que guardar rancor no coração não é nada agradável e durante todos esses anos, que o Bené estava fora, eu percebi o quanto amo esse homem. Ele pode ter errado no passado, mas conseguiu reconquistar a minha confiança…
(Todos sorriem; Bené e Maria das Graças se viram um para o outro)
MARIA DAS GRAÇAS: (…) E eu te amo muito, Bené!
BENÉ: Eu te amo mais, Graça!
(Emocionada, Maria das Graças sorri e Bené a beija, carinhosamente; Todos aplaudem; Batem na porta e Tina atende; Um menino lhe dá um papel e ela fecha a porta; Bené e Maria das Graças se afastam do beijo)
MARIA DAS GRAÇAS: Quem era, Tina?
TINA: Um menino lá da rua de trás… Veio trazer isso.
(Tina dá o papel para Maria das Graças, que estranha)
MARIA DAS GRAÇAS: O que será?
(Todos ficam curiosos; Maria das Graças lê o que estava no papel e uma expressão desagradável surge em seu rosto)
BENÉ: O que houve, Graça? Quem mandou isso?
MARIA DAS GRAÇAS: A Prazeres! Ela pediu para que nós fossemos à casa dela amanhã, que ela que nos pedir perdão.
(Bené estranha)
TÂNIA: Vocês não vão, né? E se forma mais uma armadilha daquela bandida?
MARIA DAS GRAÇAS: Pelo contrário, Tânia! Nós vamos, mas vamos precavidos.
BENÉ: No que você está pensando, Graça?
(Com um sorrisinho, Maria das Graças conta o seu plano e todos ouvem, atentos)
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No dia seguinte…
“Hospital Psiquiátrico”
(Alex anda pelo longo corredor e ao chegar ao pátio gramado, avista muitos doentes mentais, todos vestidos de roupas brancas, inclusive Marieta, que está em um canto, solitária; Alex se aproxima de Marieta, que sorri ao vê-lo)
MARIETA: Alex, que bom que veio…
ALEX: A senhora mandou me chamar. O que quer?
(Marieta fica nervosa e começa a se contorcer, assustando Alex)
MARIETA: Eu preciso confessar… Eu preciso falar, eu preciso falar.
ALEX: Falar o quê, dona Marieta?
(Preocupado, Alex senta-se ao lado de Marieta, que pega em suas mãos; Alex se acentua com o gesto nunca recebido antes)
MARIETA: Alex, eu sempre fui muito rude com você, né? Mas eu sempre quis que a minha filha casasse com o homem rico e fosse mais rica ainda. Pra impedir que ela pudesse ser feliz com você, eu fiz uma coisa horrível… (suspiro longo) Eu abortei o filho que ela estava esperando de você, há 28 anos atrás.
(Ao ouvir tal coisa, Alex leva um baque, pois nunca soube dessa história de filho; Abalado, Alex solta as mãos de Marieta, entristecendo-a)
ALEX: (confuso) Do que a senhora está falando, dona Marieta? Que história é essa de filho?
(Marieta relembra o passado e um arrependimento invade a sua alma, deixando-a com os olhos marejados)
MARIETA: Quando a Afrodite namorava você, escondido, ela ficou grávida. Eu pedi para que ela abortasse a criança, mas ela teimou que não, bateu o pé. Então eu resolvi agir! Eu fui até a cozinha e pedi para a Maria dos Prazeres, aquela incompetente, fazer um chá. Eu vi que ela estava distraída fazendo outras coisas e coloquei uma grande quantidade de canela, que acarretou no aborto da Afrodite… Até hoje eu sofro com isso e não quero perder outro neto… Não quero!
(Desesperada, Marieta chora; Completamente chocado, Alex fica sem reação)
MARIETA: É com uma dor na garganta que vou pedir isso, mas… Me perdoa, Alex! Eu preciso do seu perdão e do perdão da minha filha, meu perdoa!
(Transbordada em lágrimas, Marieta agarra Alex, que parece não acreditar no que ouviu; Um irritante choro de bebê atormenta a mente de Marieta e ela se descontrola, gritando histericamente no local, atraindo a atenção de todos; Os enfermeiros se aproximam e arrastam Marieta para dentro, fazendo todos os outros loucos rirem; Trêmulo, Alex senta-se no banco, lentamente, e consegue a chorar com essa lamentável notícia)
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“Mansão dos Smith – Sala”
Completamente pobre por causa do roubo de Bruna e pelo desfalque na Fábrica Automobilística Master Cars, Ruez cai em profunda depressão.
(Sentado no sofá, Ruez está inerte, com os olhos vagos e inchados de tanta tristeza; Submissa, Cidinha aparece)
CIDINHA: Seu Ruez, o senhor aceita um bolo, um biscoitinho ou alguma coisinha? O senhor não pode ficar sem comer, senão vai acabar ficando doente…
RUEZ: Não sei porque você se preocupa comigo e ainda trabalha aqui, Cidinha… Eu não vou poder te pagar nunca mais, fique sabendo.
CIDINHA: Eu não ligo pra dinheiro, seu Ruez… Eu faço o que faço, por gratidão. Eu trabalho nessa mansão há mais de 40 anos e não vai ser por falta de salário, que esquecerei de tudo que o senhor e a dona… Marieta fizeram por mim.
(Ao ouvir o nome de sua esposa, Ruez se levanta do sofá e sobe as escadas, correndo; Ao entrar no quarto do casal, ele olha à penteadeira cheia de cremes e seus olhos enchem-se de lágrimas)
RUEZ: Pobre, sem minha mulher, sem minha vida… Que destino!
(Ruez deita-se na cama e começa a chorar, lamentando-se de tudo o que está lhe acontecendo)
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Pouco tempo depois…
“Casa de Maria dos Prazeres”
(Maria dos Prazeres está de frente para Maria das Graças e Bené)
MARIA DAS GRAÇAS: Estamos aqui, Prazeres… O que quer?
MARIA DOS PRAZERES: Pedir perdão!
MARIA DAS GRAÇAS e BENÉ: (surpresos) Perdão?
(Confusos, Maria das Graças e Bené se entreolham; Maria dos Prazeres sorri)
MARIA DOS PRAZERES: Sim… Quero pedir perdão, por tudo que fiz de errado a vocês. Interferi na vida de vocês dois só me fez mal e eu percebi o quanto malvada fui em toda a minha vida. Confesso, Graça, eu sempre tive inveja de você, mas se o Bené te escolheu… Que vocês sejam felizes. Me perdoam?
(Bené e Maria das Graças ficam sem palavras)
MARIA DAS GRAÇAS: Prazeres, confesso que me surpreendi… Nunca esperava um pedido de perdão vindo da sua boca. Mas, isso mostra que ainda tem sentimentos. Somos irmãs, sangue do mesmo sangue, não vejo motivos para ficarmos brigadas por tantos anos. Eu aceito o seu pedido de perdão.
MARIA DOS PRAZERES: (sorrindo) Ah, Graça… Você não sabe o quanto me deixa feliz ouvir isso de você.
(Emocionada, Maria das Graças sorri; As irmãs se abraçam e discretamente, Maria dos Prazeres sorri, maliciosamente, para Bené, que desvia o olhar; Lentamente, Maria das Graças e Maria dos Prazeres se afastam do abraço)
MARIA DOS PRAZERES: E para comemorar a nossa reconciliação, Gracinha… Vamos brindar!
MARIA DAS GRAÇAS: Não, mas eu não bebo.
MARIA DOS PRAZERES: Que nada, querida… Vamos brindar com chá! Vai querer também, Bené?
(Recusando, Bené nega com a cabeça; Maria dos Prazeres vai até à mesa e ao colocar o chá nas xícaras, despeja um líquido vermelho em uma delas; Bené percebe e arregala os olhos e Maria das Graças estranha seu jeito; Sorrindo, Maria dos Prazeres trás as duas xícaras e dá a envenenada para Maria das Graças e fica com a outra; Maria dos Prazeres ergue a sua taça e faz um brinde com Maria das Graças; Maria das Graças ia beber o chá, mas Bené a impede)
BENÉ: Não beba essa chá, Graça!
MARIA DAS GRAÇAS: Por quê, Bené?
(Maria das Graças fica intrigada; Bené encara Maria dos Prazeres que está com receio de ser descoberta)
BENÉ: A diaba da sua irmã envenenou a sua xícara!
(Maria das Graças fica chocada e olha para sua xícara; Maria dos Prazeres fica apreensiva)
MARIA DAS GRAÇAS: (desconfiada) Isso é mesmo verdade, Maria dos Prazeres?
MARIA DOS PRAZERES: (nervosa) Ah, claro que não, minha irmã… Eu nunca faria isso com você. Imagina…
BENÉ: Se não é verdade, então troque a xícara, Prazeres. Está disposta a fazer isso?
(Maria das Graças estende sua xícara para Maria dos Prazeres, que fica sem ação; Sorrindo maliciosamente, Maria das Graças e Bené encaram Maria dos Prazeres, que deixa a sua máscara cair)
MARIA DOS PRAZERES: Eu não vou trocar droga de xícara nenhuma. Eu te odeio, Graça… Eu queria te matar mesmo, queria te envenenar pro Bené voltar pra mim.
(Maria dos Prazeres agarra Bené, que tenta se soltar)
MARIA DAS GRAÇAS: (irônica) Mas felizmente você não vai poder, irmãzinha!
MARIA DOS PRAZERES: Posso saber por quê?
POLICIAL ALMEIDA: Porque você está presa, Maria dos Prazeres por tentativa de homicídio doloso.
(Falando, Policial Almeida aparece algema Maria dos Prazeres; Algemada, Maria dos Prazeres encara Maria das Graças, que sorri, satisfeita pela justiça estar sendo feita)
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O tempo foi passando e Maria dos Prazeres passa por um julgamento, sendo culpada e presa na Penitenciária “Feminina Bangu”
(Ao chegar à uma lotada cela, Maria dos Prazeres se assusta ao ver Sapatão, aquela presidiária que tanto a atormentou no passado, quando fora presa injustamente)
SAPATÃO: Sentiu saudades de mim… Brotinho!
(Mordendo o beijo, com cara de desejo, Sapatão se aproxima de Maria dos Prazeres, que apavorada, vai se afastando; Sapatão agarra Maria dos Prazeres, a prensa contra a parede e beija todo o seu corpo; Ao ser beijada por Sapatão, Maria dos Prazeres sente uma grade repulsa)
MARIA DOS PRAZERES: (gritando) Socorooooo!
Lascivamente, Sapatão continua beijando Maria dos Prazeres… Que de tanto relutar, em vão, acaba cedendo. De tanto gostar de prazer, acabou encontrando alguém que apague o seu fogo.
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(Na pracinha do bairro, Jhenyfer se diverte nos brinquedos, enquanto Tico e Sara conversam)
TICO: Já se decidiu, Sara?
SARA: Sim! Mas vamos esperar o Piolho chegar…
(Tico se mostra ansioso e Sara sorri; Correndo, Piolho aparece, bufando)
PIOLHO: (cansado) Desculpa a demora… É que eu tive que ficar ajudando o seu pai a guardar os instrumentos da igreja.
(Piolho enxuga o seu suor, tomando fôlego)
SARA: Agora que já estão todos aqui, eu vou falar a quem quero me unir. Piolho… Tantos anos de amizade, né? Nesses 28 anos, você se mostrou um homem bem legal, respeitador, honesto… Alguém em quem eu posso confiar de olhos fechados. Um grande amigo, que sempre guardarei no meu coração. Tico! O que falar de você, que nos conhecemos tão poucos. Mas bastou eu olhá-lo, uma única vez, pra saber o quanto você é especial. Só pelos seus olhos, posso enxergar o seu coração, a sua alma. Seria tão bom conhecê-lo aos poucos, juntos, nós dois. Eu decidi e o meu coração gritou mais alto por você… Tico!
(Emocionada, Sara acaba de falar e recebe um alegre sorriso de Tico, que segura a sua mão; Com o olhar triste, Piolho observa a cena; Sara e Tico se abraçam, fortemente, e em seguida, se beijam, apaixonadamente: O beijo é ingênuo e muito delicado; Passando pela rua, Paula não gosta do que vê e aproxima, gritando)
PAULA: Tico, mas que pouca vergon…
(Tico e Sara param de se beijar e a olham; Ao olhar para Piolho, Paula sente alguma coisa diferente e perde a fala; Piolho também olha de uma maneira apaixonada: Um amor nasceu ali, naquele momento; Estagnados e com os corações pulsantes, Piolho e Paula se olham, ternamente; Sorrindo, Tico e Sara voltam a se beijar)
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Os 15 anos de Alice finalmente chegam.
O grande salão está todo decorado em rosa, branco e prateado.
(Com cachos artificiais e um longo e rodado vestido cor-de-rosa, Alice cumprimenta todos seus convidados e se alegra ao ver Larissa, uma cadeirante, e Marcos, seu namorado)
ALICE: Larissa, Marcos… Que bom que vieram, meus amigos.
(Larissa e Marcos sorriem para Alice; Ao avistar Carina e seu novo namorado, Tina se aproxima e os cumprimenta, apresentando Henrique logo em seguida; Sentadas à mesma mesa, Maria das Graças e Verinha estão emburradas)
MARIA DAS GRAÇAS: Era eu quem deveria fazer o bolo… Mas por causa da sua implicância, a Tina resolveu encomendar.
VERINHA: Culpa dessa sua filha, desbocada, que largou o meu filho.
MARIA DAS GRAÇAS: Ela fez é bem… Esses seus filhos são uns “Deus nos Acuda”
(Também sentado à mesa, pastor Jonas resolve intervir)
JONAS: Acalmem-se, varoas… Acalmem-se!
(Emburradas, Maria das Graças e Verinha se encaram; Bené e pastor Jonas riem;)
A valsa se inicia e todos prestam atenção. Sob uma romântica música internacional, Alice e Matheus valseiam, olhando um no olho do outro. A música vai chegando ao fim e inesperadamente, Matheus beija Alice, que se felicita por seu primeiro beijo ter sido em um dia tão especial.
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“UFRJ – Auditório”
(As pessoas vão chegando e o auditório vai ficando cheio; De mãos dadas, Tânia e Augusto chegam de mãos dadas e sentam na primeira fileira; Vestido de Romeu, Lucas olha pela cortina e fica nervoso)
LUCAS: Tem muita gente…
(Vestida de Julieta, Ana para de se maquiar e se aproxima de Lucas, segurando as suas mãos)
ANA: Vai dar tudo certo, boy… Confie no seu talento!
(Carinhosa, Ana beija a bochecha de Lucas, acanhando-o; Minutos depois, a peça já está ocorrendo. Lucas e Ana interpretam seus papeis, divinamente, e todos ficam admirados)
LUCAS: Oh, minha Julieta… Eu te-te-te…
ANA: Eu sei que você me love, boy!
(Inesperadamente, Ana puxa Lucas e lhe dá um beijão de língua; Todos se surpreendem e batem palmas; Orgulhosa, professora Suzete aplaude e Luís a olha, admirado; Involuntariamente, Suzete olha para frente e vê Luís, olhando-a; Eles trocam sorrisos e olhares; Lucas se surpreende com o beijo, mas deixa se envolver: Uma linda história de amor nasce ali)
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Um ano depois…
Um ano se passa e algumas coisas mudaram. Tânia e Augusto ficam noivos. Tina e Henrique moram juntos, na casa dele. Alice e Matheus começam a namorar firma, aumentando a alto estima dela. Sara e Tico marcam casamento. E Piolho finalmente encontrou seu grande amor: Apaixonada, Paula muda seu jeito completamente, ao ter sido domada.
(Em uma loja, Paula pega uma saia longa e mede sobre o corpo)
PAULA: Está bom desse tamanho, Piolhão?
PIOLHO: Não… Tem que ser até o pé e nada de bainha, hein!
(Paula ri; Eles se beijam)
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Afrodite continua em coma e Alex a admira, com Arthur no colo.
ALEX: Ó a mamãe, filhão… Logo ela vai ficar boa!
(Alex aproxima Arthur, que beija a testa de Afrodite; Afrodite continua imóvel e Alex sorri, abraçando o filho)
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Mais um ano se passa e finalmente chega o dia do casamento de Sara e Tico / Paula e Piolho.
(Ao entrar na igreja, Sara e Paula se chocam na porta e rindo, entram na igreja ao som da marcha nupcial; Elas chegam até seus respectivos noivos e se ajoelham; Pastor Jonas realiza a singela cerimônia; Ao fim, Tico e Sara se beijam, Piolho e Paula fazem o mesmo)
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Pouco tempo depois, Quinho se afunda nas drogas e vira bandido. Lucas, com compaixão, o ajuda e o coloca em uma Clínica de Recuperação.
(Deitado sobre a cama, Quinho, muito fraco, se emociona ao ver Lucas, ali)
QUINHO: Muito obrigado, meu filho… E desculpa não ter sido o pai que você merecia.
(Lentamente, Quinho pega a mão de Alex, apertando-a, fortemente; Emocionado, Lucas beija a testa de Quinho, que deixa uma lágrima cair; Do lado do fora, pela janela, Tânia e Augusto assistem a tudo, com os olhos marejados)
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Uns três anos se passam e Alex transformou novamente o Morro da Paz. Agora, Maria das Dores está casada com seu Messias, Solange encontrou um namorado e agora que está fazendo faculdade de medicina, Luís está namorando Suzete.
(Em um belíssimo lugar, Luís e Solange conversam, alegremente)
SUZETE: Ai, Luís… Você foi a melhor coisa que me aconteceu, sabia? Há tempos eu não me sentia tão bem com uma pessoa assim.
(Sorrindo, Luís alisa o rosto de Suzete)
LUÍS: Você apareceu na minha vida para me trazer a felicidade que eu nunca tive. Você também é a melhor coisa que me aconteceu.
(Presenteados por um belíssimo por do sol, Luís e Suzete se beijam, delicadamente)
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Oito anos depois, Alex, Ana e Arthur comemoram o aniversário de Afrodite, mesmo ela estando em coma.
(Alegres, eles cantam parabéns e percebem que Afrodite está sorrindo, levemente; Emocionado, Alex beija os lábios de Afrodite, apaixonadamente; Sorrindo, Ana e Arthur se abraçam e admiram a cena)
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“10 anos depois – 2024”
(Passados 10 anos completos, Alex vai visitar Afrodite e segura delicadamente a sua mão)
ALEX: Dez anos se passaram, minha deusa de amor. Há essa hora, estávamos felizes… Celebrando o nosso casamento. Esperançosos de um futuro próspero, com a nossa família. Nosso filho já está grandão e louco para tê-la em casa e eu também. Sabe? Quando eu me lembro de quando nos vimos pela primeira vez, no pátio daquele colégio, eu penso o quanto foi bom te ter e não quero te perder. Desde quando entrou em coma, você já riu, já consegue segurar a minha mão… Agora acorde, por favor! Volta pra mim, meu amor…
(Delicado, Alex beija a boca de Afrodite e em seguida, percebe que ela abre os olhos, lentamente; Emocionado, um agradável sorri ao surgindo nos lábios de Alex)  
ALEX: Você acordou, meu amor… Você voltou pra mim!
(Lágrimas alegres de Alex escorrem dos olhos de Alex, que percebe que Afrodite quer falar alguma coisa)
AFRODITE: Eu… Te… Amo!
Com dificuldade Afrodite conclui essa singela frase e transbordado, Alex beija Afrodite. A imagem se congela num tom preto-e-branco.
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“Um ano depois”
Nesse tempo muitas coisas acontecem. Afrodite retorna a sua vida, dedicando todo amor e carinho a seus filhos e a Alex, o grande amor da sua vida. Casada com Augusto, Tânia pegou gosto pela profissão do marido e se tornou uma excelente advogada, com bastante estudo que adquiriu em todos esses anos. Henrique sempre quis um filho, mas Tina sempre negava, sempre ostentando muita pompa e joias caríssimas. Com saudades da esposa, Ruez ficou louco e foi fazer companhia à Marieta, no manicômio. Adamastor ganhou na loteria e se casou com Cidinha, virando donos da mansão dos Smith. Ana e Lucas se casaram e com tratamento, ele se curou da gagueira e agora é professor de Letras na mesma faculdade que estudou e que tanto sofreu: Agora passa uma lição de vida a seus alunos. Com a ajuda financeira de Alex, Luís se formou em medicina e se tornou um respeitado médico, sempre ajudado pela esposa Suzete, que além de tudo, é seu braço direito. Maria das Dores e seu Messias se casaram e vivem felizes. Depois da morte de Carlos, Solange ficou bastante problemática, mas nada lhe impede de ter uma vida normal: Apenas seu namorado que sofre um pouco com seu jeito explosivo. Tati e Kelly, agora vivem como pregadoras da palavra de Deus e viajam o mundo, levando a palavra aos que precisam. Quinho se recuperou das drogas, mas nunca mais conseguiu o amor de Tânia, mas vive amigavelmente com Lucas. Fábio morreu no presídio, ao se envolver em uma grave briga com os outros presidiários. Maria dos Prazeres se rendeu a Sapatão e hoje não quer mais saber de outra pessoa. Maria das Graças e Bené vivem felizes e com muito amor. Após muito tentar, Verinha conseguiu fisgar pastor Jonas. Loucamente apaixonada por Piolho, Paula se transformou em uma nova pessoa e agora é pura e fiel. Sara e Tico tiveram mais 3 filhos e vivem com muito amor.  Como sempre teve esse sonho, Alex finalmente conseguiu se tornar escritor.
(Com roupas e penteados futuristas, todos prestigiam o lançamento do livro de Alex, que dá autógrafos e posa para fotos; Alex se levanta e atrai a atenção de todos)
ALEX: Primeiramente, eu gostaria de agradecer a presença de todos os presentes e falar que todos vocês são muito importantes na minha vida. Minha mãe, que sempre me ajudou… O meu falecido pai também, que infelizmente não está mais aqui. A minha tia-madrinha, Maria das Graças… Que com toda a sua bondade, pagou o meu colégio. E foi por causa desse colégio, que eu encontrei o amor. Foi nesse colégio que eu encontrei a mulher da minha vida. E esse livro, conta tudo essa história. Uma história de amor, um conto de fadas da vida real. “Um Amor e Duas Realidades”, a história que mexerá com os seus sentimentos!
“Emocionados, todos aplaudem… Os olhares apaixonados de Alex e Afrodite se atraem, assim como dois imãs, que jamais se repelem. Assim como no primeiro encontro dos dois, o amor renasceu, a cada instantes que passaram juntos. Todas as lembranças, os momentos mais românticos que passaram juntos, cada beijo, cada abraço, cada toque… Tudo, tudo é relembrado apenas pelo olhar.  40 anos depois, o amor é o mesmo e flechados novamente pelo cupido do amor, os olhos de Alex e Afrodite vão fechando lentamente e eles se beijam, romanticamente”
 Uma história de amor nunca acaba, ela renasce em nossas memórias todos os dias.
(A imagem se congela num tom preto-e-branco)
“Fim