Um Amor e Duas Realidades – Capítulo 34 (Penúltimo)

“Alex sorri e beija Afrodite, romanticamente; Todos aplaudem e Marieta desmaia, sendo acudida por Ruez; Cidinha e Ana se abraçam, contentes; Com ódio, Frederick encara Bruna, que está com raiva de ter sido descoberta; Mesmo acudindo Marieta, Ruez fica com horror da situação; Sob os aplausos, Alex pega Afrodite no colo e a tira da igreja”
(Felizes, Alex e Afrodite chegam a um campo gramado iluminado por alguns postes de luz; Alex põe Afrodite no chão e os dois se olham, sorridente)
ALEX: Conseguimos, minha deusa do amor… Agora viveremos juntos para sempre!
(Afrodite confirma com a cabeça e eles se beijam sob o céu estrelado; Lentamente, eles vão se afastando do beijo)
ALEX: Mas e agora? Como serão as nossas vidas a partir de agora?
AFRODITE: Como sempre sonhamos, meu príncipe! Vamos nos casar, construir nossa família… Vivermos juntos…
(Alex sorri e vai para beijar Afrodite, que põe a mão na sua boca)
AFRODITE: … E dar uma boa lição no Frederick e na Bruna. Eu ainda não esqueci o que eles fizeram pra separar a gente.
ALEX: Sim, mas antes vamos aproveitar o nosso momento juntos, vamos?
(Emocionada, Afrodite concorda com a cabeçaAlex, com uma mão, pega na nuca de Afrodite e a outra apoia na cintura dela; O corpo de Afrodite fica inclinado próximo ao chão e Alex a beija carinhosamente; O beijo entre Alex e Afrodite é embalado pela beleza e calmaria da noite estrelada)
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Algumas horas depois…
“Mansão dos Smith – Sala”
A sala está toda enfeitada de branco e dourado, com muitas mesas de doces e salgados e lindos bolo, além do maior de todos: Um bolo de cinco andares, todo confeitado de glacê branco e com dois noivinhos em cima.
(Desolado, Ruez está sentado no sofá e Marieta andando de um lado para o outro)
MARIETA: (lamentando) Não, não, não, não pode ser… Meu Deus, que vergonha, que vergonha… Agora nunca mais vou poder sair na rua que as mexeriqueiras vão falar. O casamento da minha filha foi um desastre! 
RUEZ: (bravo) E tudo culpa daquele infeliz do Alex… Ah, mas se pego aquele desgraçado, eu coloco dentro do xadrez e jogo a chave.
(Ana aparece)
ANA: Tudo culpa daquela disguised da Bruna e do Frederick… E vocês ainda vão os deixar morando aqui? Ah, se fosse eu…
(Marieta se estressa e se aproxima de Ana, encarando-a friamente)
MARIETA: Você o quê, hein, negrinha? Saiba, que aqui nessa mansão mando eu, ouviu?
MARIA DOS PRAZERES: Engana-se você, querida! Quem manda nessa mansão aqui sou eu, Maria dos Prazeres Duarte.
(Estranhada, Marieta olha para Maria dos Prazeres)
MARIETA: O quê, sua incompetente? Quem manda nessa mansão sou eu, Marieta Smith.
(Irônica, Maria dos Prazeres sorri e olha para Ruez)
MARIA DOS PRAZERES: Tudo fachada, queridinha… Pergunta para o seu marido quem é que manda aqui.
(Confusa, Marieta olha para Ruez, que desvia o olhar, não querendo se comprometer)
MARIETA: Ruez, o quê que essa brega está falando?
(Maria dos Prazeres se afeta)
RUEZ: (disfarçando) É… Eu, eu preciso ir dormir, amanhã tenho que acordar cedo pra ir pra fábrica.
(Ruez vai se levantando, mas Marieta o impede, empurrando-o novamente para o sofá)
MARIETA: Eu quero saber de tudo, que palhaçada é essa, Ruez? Hein?
MARIA DOS PRAZERES: Fala, Ruez… Fala, patrãozinho! Fala!
(Marieta e Maria dos Prazeres encaram Ruez, que começa a suar frio, afrouxando a gravata; Maria dos Prazeres põe-se no centro da sala, atraindo a atenção de todos)
MARIA DOS PRAZERES: Se ele não quer falar, eu mesma falo.
RUEZ: (irritado) Maria dos Prazeres, cala essa boca…
MARIA DOS PRAZERES: Está com medinho, Ruez? Sabe por que o seu maridinho me colocou aqui, sua perua? Não? Então eu vou contar tudo… Tim-tim por tim-tim. Tudo começou na década de 70, quando eu vim trabalhar aqui…
(Maria dos Prazeres fica pensativa e é remetida a um flashback)
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“Março de 1970”
A imagem é em tom sépia, com fumaças em torno da câmera… Feito um filme antigo.
(Mais jovens e com roupas da época, Ruez e Marieta recepcionam Maria dos Prazeres, que acaba de ser contratada)
MARIETA: Você sabe lavar, passar, cozinhar… Enfim, ser uma escrava, criatura?
(Maria dos Prazeres não gosta do jeito que é tratada, mas como precisa muito do emprego, não reclama)
MARIA DOS PRAZERES: Sim senhora!
MARIETA: Menos mal… Então pode começar o seu serviço!
(Marieta joga no chão o líquido, que estava em sua taça e sai gargalhando; Prontamente, Maria dos Prazeres se abaixa e começa a passar o pano no chão, sob o olhar de maldoso de Ruez, que a admira)
RUEZ: Reparando bem, você é uma gracinha!
MARIA DOS PRAZERES: Que isso, seu Ruez? Assim eu fico até sem jeito!
(Corada, Maria dos Prazeres sorri; Ruez continua a olhá-la, com olhar maldoso)
RUEZ: (safado) Gostaria de te conhecer melhor, pode ser?
(Mordendo o beiço, Ruez dá uma piscadela para Maria dos Prazeres, que sorri, passando a mão nos cabelos)
O tempo foi passando, Ruez e Maria dos Prazeres desenvolvendo um romance lascivamente proibido e fugaz… Até que uma notícia acaba com tudo.
(Sentado no sofá, Ruez está lendo seu jornal diário; Marieta desce as escadas, lhe dá uma bitoca e sai para o Salão de Beleza; Com seu uniforme de empregada, Maria dos Prazeres aparece e Ruez sorri, alegremente, ao vê-la)
RUEZ: Prazeres… Que saudade dessa sua boca.
(Ruez se levanta e beija Maria dos Prazeres; Lentamente, Maria dos Prazeres se afasta do beijo e vira-se de costas)
MARIA DOS PRAZERES: Ruez, eu tenho uma coisa pra te contar…
RUEZ: O quê, minha cocota?     
(Com as mãos na barriga, Maria dos Prazeres sorri e vira-se, olhando para Ruez)
MARIA DOS PRAZERES: Eu estou grávida… E o filho é seu!
(Emocionada, Maria dos Prazeres sorri, alisando a barriga; Não gostando do que ouve, Ruez fica chocado com a notícia)
RUEZ: O quê?! Se você acha que vai me dar o golpe da barriga está muito enganada, sua empregadinha!
MARIA DOS PRAZERES: Não, não… Eu te amo de verdade, seu Ruez. Eu me apaixonei por você. E esse filho… Foi a consequência do quanto eu te amo.
RUEZ: Consequência que eu renego. Se a minha mulher, ou alguém descobre, a minha carreira profissional vai por água abaixo. A minha vida vai virar um tormento.
MARIA DOS PRAZERES: (decepcionada) Ruez, eu não estou acreditando que você vai ser capaz de me abandonar com um filho pra criar… Eu pensei que você fosse diferente!
RUEZ: (ríspido) Pois pensou errado! Você logo tratou de engravidar só pra arrancar dinheiro meu, né? Saiba que não verá nenhum cruzeiro do meu bolso. E agora? Eu quero você fora da minha mansão! Quero você fora da minha vida!
(Grosseirão, Ruez aperta fortemente o braço de Maria dos Prazeres, machucando-a)
MARIA DOS PRAZERES: Ah, é mesmo, é? Então eu tenho certeza que a perua da sua mulherzinha vai adorar saber? Vou esperar ela chegar pra contar a novidade. Eu tenho certeza que ela vai adorar.
(Emburrado, Ruez solta o braço de Maria dos Prazeres)
RUEZ: Tá bom, vou entrar no seu jogo! Eu não vou assumir essa droga de filho, mas vou sustentá-lo… Mas tem que ser tudo em “panos quentes”. Pode ser?
MARIA DOS PRAZERES: Não é o que eu queria, mas tudo bem.
(Sorrindo, Maria dos Prazeres rodopia e senta-se no sofá)
MARIA DOS PRAZERES: Ai, Ruez, eu posso não ter o seu amor… Mas saiba que essa mansão eu terei. Custe o que custar!
(Maria dos Prazeres cruza as pernas e sorri, maliciosamente; Com ódio, Ruez a encara; Fim do Flashback)
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(De volta à atualidade, Maria dos Prazeres esboça melancolia no rosto; Ana e Cidinha se entreolham, surpresas; Não gostando, Marieta olha para Ruez)
MARIETA: Ruez… Fala que isso não é verdade!
(Ruez fica sem palavras e Marieta com mais raiva)
MARIA DOS PRAZERES: É isso mesmo o que você ouviu, sua cafona… O Fábio, o meu filho, é do Ruez também. Não é Ruezinho?
(Emburrado, Ruez encara Maria dos Prazeres, que sorri maliciosamente)
ADAMASTOR: Isso é tudo mentira, seu Ruez e dona Marieta. Eu sou o pai do filho da Prazeres!
(Falando, Adamastor adentra a sala e surpresos, todos os olham)
MARIA DOS PRAZERES: Só podia ser senil mesmo, um louco…  De onde você tirou essa história, seu velho?
ADAMASTOR: De quando a gente namorava… Lembra?
(Pensativo, Adamastor é redirecionado a um flashback)
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“Março de 1970”
(Fora da mansão, Adamastor está lustrando o luxuoso Opala 1970 da família Smith; Chorando, Maria dos Prazeres aparece)
MARIA DOS PRAZERES: Adamastor…
(Adamastor se vira e se preocupa ao ver Maria dos Prazeres chorando)
ADAMASTOR: O que houve, Prazeres? Por que você está chorando?
(Em silencio, Maria dos Prazeres abaixa a cabeça e alisa a barriga)
MARIA DOS PRAZERES: Eu descobri que estou grávida.
(Um alegre sorriso surge no rosto de Adamastor, que abraça, carinhosamente, Maria dos Prazeres)
ADAMASTOR: (orgulhoso) Mais que boa notícia, Prazeres… Então eu vou ser pai!
(Lentamente, Maria dos Prazeres vai se afastando do abraço e o olha de uma maneira estranha)
MARIA DOS PRAZERES: Não propriamente dizendo. Você é o pai, mas não vai assumir e nem sequer encostar o dedo no meu filho. Com essa criança, eu vou ter o dinheiro que eu quiser…
(Gananciosa, Maria dos Prazeres sorri, alisando a barriga e chocado com a atitude de sua namorada, Adamastor fica triste: Fim do Flashback)
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(Ao ter relembrado a história, Adamastor controla-se para não chorar)
ADAMASTOR: (…) E por causa de toda a ganância dessa aí, eu nunca pude fazer o meu papel de pai.
(Maria dos Prazeres não gosta de ser contrariada e encara Adamastor; Ruez suspira, aliviado)
RUEZ: Ufa! Sempre tive esse peso na consciência… Ainda bem que era tudo mentira dessa empregadinha. (risos)
MARIETA: Se você pensa que isso alivia a sua culpa, Ruez, está muito enganado… O chifre que você me colocava é imperdoável.
(Marieta fica emburrada e Ruez lhe dá beijinhos na bochecha, tentando contornar a situação)
MARIA DOS PRAZERES: (raivosa) Quem mandou você se intrometer na conversa, seu velho? Hein? Logo agora que eu estava sendo dona da mansão.
ADAMASTOR: Eu fiz o que deveria ser feito há muito tempo, Prazeres. Sua mentira precisava de um fim.
MARIETA: E você, sua empregadinha… Fora da minha mansão, agora mesmo! Rua!
(Ordenando, Marieta se levanta, apontando o dedo para a porta)
MARIA DOS PRAZERES: Com todo o prazer, querida patroa… Mas antes eu preciso fazer uma coisa.
MARIETA: (curiosa) Que coisa?
(Sorrindo, Maria dos Prazeres vai até a mesa de doces e pega uma torta de morango)
MARIA DOS PRAZERES: Isso!
(Com toda vontade, Maria dos Prazeres enfia a torta na cara de Marieta, lambuzando-a toda; Discretamente, Ana e Cidinha riem; Ruez e Adamastor se surpreendem; Marieta passa a mão no rosto, para tirar o excesso do creme)
MARIETA: Ah, mas isso não vai ficar assim, não vai mesmo…
(Maria dos Prazeres gargalha; Com raiva, Marieta pega outra torta e acerta Maria dos Prazeres também; Os outros que estão na sala, riem da situação, mas pouco depois já estão incluídos na guerra de tortas; Todos se lambuzam de bolos e cremes, a câmera vai se afastando lentamente e um instrumental engraçado incide na cena)
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“Mansão dos Smith – Quarto de Bruna”
(Frederick está sentado na cama e Bruna está em pé, próxima a janela)
BRUNA: (irritada) Que droga, tinha que dá tudo errado a essa altura do campeonato?
(Bruna se cala por algum minuto e um sorriso malicioso surge em seus lábios)
BRUNA: Já sei, Frederick… Vamos roubar todo o dinheiro da Afrodite e ir embora do Brasil. Sim, claro… Vamos, meu lindo? Tenho certeza que seremos muito felizes longe daqui.
(Apaixonada, Bruna se aproxima de Frederick para beijá-lo, mas ele se levanta da cama e se afasta)
FREDERICK: Eu não vou a lugar algum sem antes reconquistar a Afrodite outra vez.
BRUNA: (enciumada) Ai, Frederick, pare de ser bobo, pelo menos uma vez na vida. A Afrodite ama o Alex, ela nunca nem teve olhos para você.
FREDERICK: Você que pensa, Bruna! A Afrodite só está um pouco iludida, mas tenho certeza que ela ainda se renderá ao meu charme.
(Debochada, Bruna ri e Frederick não gosta)
BRUNA: Você é quem sabe, Frederick… Se quer ficar igual um cachinho abanando o rabo pra mosca morta da Afrodite, então que fique! Eu só sei que serei rica, muito rica… E ninguém há de me impedir!
(Bruna olha para o céu e sorri, maliciosamente, arquitetando um plano maligno em sua mente)
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A Lua vai se despedindo lentamente, e no horizonte nasce o Sol, que preguiçoso, vai dando a sua graça.
(No campo florido da mansão, Alex e Afrodite dormem tranquilamente, abraçados; Afrodite vai despertando, lentamente, e sorri ao ver Alex; Delicada, Afrodite beija os lábios de Alex, que vai abrindo os olhos, preguiçoso)
ALEX: (sorrindo) Bom dia, minha deusa!
AFRODITE: Bom dia, meu príncipe! Sabe? Quando acordei aqui nesse lugar, nos teus braços… Me lembrei da nossa primeira vez. Um momento mágico na minha vida, que nunca mais esquecerei.
(Alex sorri e alisa o cútis de Afrodite)
ALEX: Foi um momento maravilhoso nas nossas vidas, que agora se repetirá para o todo sempre.
(Concordando, Afrodite sorri e Alex a beija; Lentamente, eles vão se afastando do beijo e Afrodite demonstra ansiedade)
AFRODITE: Chegou à hora de darmos uma lição na Bruna e no Frederick, você não acha?
(Alex confirma e Afrodite transparece um certo medo, mas está disposta a enfrentar o mal)
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“Mansão dos Smith – Sala”
(Afrodite e Alex entram; Ana e Cidinha aparecem, correndo)
ANA: Está tudo certo, mammy! A grandma foi ao Salão de Beleza e o grandpa foi pra fábrica… A Bruna e o Frederick estão no quarto deles.
AFRODITE: Perfeito!
(Afrodite ia subindo as escadas)
CIDINHA: (preocupada) Tem certeza que você quer fazer isso mesmo, minha menininha?
AFRODITE: Claro que sim, Cidinha! A Bruna não sabe com quem ela se meteu.
(Decidida, Afrodite sorri e sobe as escadas; Ana sorri e Cidinha demonstra preocupação)
ALEX: E eu… Vou esperar o mauricinho do Frederick descer.
(Sorrindo, Alex senta-se no sofá e Ana ri, adorando tudo isso)
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(Em seu quarto, Bruna faz as suas malas, quando é surpreendida por Afrodite, que entra sem bater na porta)
BRUNA: (assustada) Afrodite?
AFRODITE: Oi, Bruna! Já ia fugir, sem nem me dar nenhuma explicação?
BRUNA: Afrodite, minha amiga… Tudo não passou de um grande mal entendido. Por favor, acredite em mi…
(Fingida, Bruna vem se aproximando de Afrodite, que a interrompe, com um forte tapa na cara, fazendo-a cair no chão)
BRUNA: (falsa) Eu não estou acreditando que você foi capaz disso…
AFRODITE: Isso é pela sua falsidade!
BRUNA: (debochada) Ai, Afrodite, se você acha que eu tenho medo de uma mosca morta como você, está muito enganada.
AFRODITE: Eu posso ser muito fina, muito elegante, muito boazinha… Mas você ainda não me viu brava, Bruna. E eu tenho certeza que você não vai gostar de ver.
(Debochada, Bruna gargalha)
AFRODITE: Está rindo, Bruna? Se eu fosse você, eu não riria. Um conselho!
BRUNA: Ah, Afrodite… Você não é de nada perto de mim. Eu me garanto muito bem e é você quem vai se arrepender de ter encostado essa mão em mim.
(Irônica, Afrodite sorri para Bruna, que se levanta; Quando Bruna está prestes a revidar, Afrodite lhe dá outro tapa mais forte, fazendo-a cair novamente; Bruna tenta se levantar, mas Afrodite não dá tempo, lhe dá muitos tapas e puxões de cabelo: A briga é feia e é Bruna quem sai perdendo)
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(Ainda na mansão, Frederick desce as escadas e Alex se põe em sua frente; Frente a frente, Alex e Frederick se encaram)
ALEX: Agora a minha conversa é com você.
FREDERICK: Tenho mais o que fazer do que conversar com um bandido como você.
(Frederick ia saindo, mas Alex lhe dá um forte soco; Não gostando, Frederick revida e assim, inicia-se uma briga; Animada, Ana assiste, de joelhos no sofá e Cidinha está em pé, afita com a cena; No alto da escada, Afrodite e Bruna aparecem brigando, mas ninguém as vê; Afrodite dá um forte tapa na cara de Bruna, fazendo-a cair no chão, com a mão no rosto; Com seu vestido de noiva rasgado e seus cabelos desgrenhados, Afrodite encara Bruna, que está com o rosto roxo de tanto apanhar e os lábios sangrando)
AFRODITE: Sinto muito em perceber no que a nossa história de amizade se transformou, Bruna. Você é uma grande decepção para a minha vida e está aí, no chão, onde deve ficar com todas as suas maldades, prepotências e falsidade. Você é o pior ser que vi nessa vida. É capaz de sorrir, quando quer morder. É capaz de dizer amar, quando o coração está seco. E de mim, você não terá mais nada… Além do meu desgosto.
(Emburrada, Bruna encara Afrodite, que controla-se para não chorar de desgosto; Vingada, Afrodite vira-se e caminha para descer as escadas)
BRUNA: (maliciosa) Agora será a minha vez de jogar, Afrodite…
(Rapidamente, Bruna se levanta e empurra Afrodite, que se desequilibra e cai da escada; Todos se assustam; Ao ver sua amada caída no chão, Alex para de bater em Frederick)
ALEX: (preocupado) Afrodite!
(Alex, Frederick, Ana e Cidinha vão socorrer Afrodite e Bruna vai até seu quarto, pega as suas malas e foge da mansão; Com os olhos marejados, Alex abraça Afrodite, que está desacordada no chão)
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Algum tempo se passa e algumas coisas acontecem… Como é a dona da casa, Maria dos Prazeres volta para casa e não gosta de saber que Bené pagará a cirurgia de Maria das Graças, então o expulsa de casa. Sem ter para onde ir, Bené se instala na Pensão Pai, Filho e Espírito Santo e sempre vai aos cultos para poder ver Maria das Graças.  
“Hospital”
(Após a cirurgia que ocorreu perfeitamente bem, Maria das Graças repousa no quarto hospitalar, aguardando ansiosamente para receber alta; Lentamente, Bené entra no quarto e se aproxima da cama de Maria das Graças, que sorri ao vê-lo)
BENÉ: Como é bom vê-la sorrindo… Já está bem, Graça?
MARIA DAS GRAÇAS: Sim! Sem aquele cisto machucando o meu peito, meu sinto outra pessoa. Me sinto até mais leve.
(Baixo, Maria das Graças e Bené riem juntos)
MARIA DAS GRAÇAS: Bené, eu te chamei pra… Agradecer!
BENÉ: Não precisa agradecer, Graça… Fiquei o que achava o que era certo.
MARIA DAS GRAÇAS: Precisa sim, Bené. Se não fosse você, eu não teria conseguido operar e quem sabe estaria muito mal. E como a vida nos prega peças, né? Você era a última pessoa que eu queria ver na minha frente e foi o único que pôde me ajudar. Não sou interesseira, longe de mim, mas esse gesto me lembrou o homem maravilhoso com quem eu me casei há nem sei quantos anos atrás. Bené, eu pensei e… Decidi! Você me perdoa?
(Emocionado, Bené sorri e em seguida, segura suavemente a mão de Maria das Graças)
BENÉ: Preciso mesmo responder, Graça? O amor que eu sinto por você nunca mudou. Se eu fiz aquela cagada no passado, foi pra perceber o quanto você é importante na minha vida. Agora… Agora eu não quero te perder nunca mais.
(Bené dá um delicado beijo na testa de Maria das Graças, que sorri, deixando uma lágrima de felicidade rolar pelo seu rosto)
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A cirrose de Carlos foi agravando e seu fígado foi completamente corroído pelo álcool. Não teve mais jeito e seu destino foi o óbito.
“Cemitério”
(O céu está nublado e o clima está completamente carregado; Quando os coveiros despejam as terras sobre o caixão de Carlos, Maria das Dores joga a última rosa e chora, abraçada aos filhos: Luís, Solange e Alex; Depois do sepultamento as pessoas se retiram do cemitério; Chorando, Alex está saindo de braços dados com Afrodite, que usa um óculos escuros, e se depara com Tati, que se aproxima)
TATI: Alex, podemos conversar agora?
(Abatido, Alex confirma com a cabeça)
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(Na capela, embaixo de uma abóboda de berço, Alex e Tati estão parados, um de frente para o outro; Afastado, Afrodite se ajunta a Maria das Dores, consolando-a; Depois de olhar para Afrodite, Alex retorna a olhar para Tati)
ALEX: O que quer, Tati?
TATI: Sei como deve estar sendo difícil pra você, esse momento… Sinto muito, viu?
(Delicada, Tati toca a mão de Alex, acentuando-o; De longe, Afrodite observa, curiosa)
TATI: Alex, sei que não é um momento apropriado, mas… Eu estou com peso na consciência, desde quando isso aconteceu. Agora eu mudei, tomei coragem para confessar que… Foi o Fábio que me ameaçou pra mentir sobre no tribunal.
(Envergonhada, Tati abaixa a cabeça; Alex leva um baque e uma expressão de revolta surge em seu rosto)
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“Pouco tempo depois…”
(Em seu esconderijo, Fábio está se drogando, tranquilamente, e se assusta quando Alex dá um chute na velha porta, arrombando-a)
FÁBIO: Tá fazendo o que aqui, seu otário?
ALEX: Dá o que você merece, seu infeliz.
(Em um gesto rápido, Alex fecha a mão e dá um forte soco na cara de Fábio e em seguida lhe dá uma cabeçada, tonteando-o; Alex não dá abertura para Fábio e o enche de soco, até deixá-lo sangrando; De relance, Fábio avista o seu fuzil e correndo, o pega, apontando para Alex)
FÁBIO: Você vai se arrepender de ter feito isso, seu otário!
(Fábio engatilha o fuzil)
ALEX: Vai me matar, Fábio? Vai, atira… Atira se for capaz! Por que ameaçar as pessoas pra mentirem sobre mim você foi capaz, né?
FÁBIO: (raivoso) Então a piranha da Tati abriu o bico, né?
ALEX: Então é verdade? Como teve coragem, cara? Nós somos primos e sempre fomos amigos… Por que você faz isso.
FÁBIO: Porque você sempre foi um otário, Alex… Um idiota que sempre teve tudo.
ALEX: Cara, para de ser doente… A sua mãe sempre te deu tudo, sempre te paparicou. Você queria mais o quê?
FÁBIO: Eu queria uma família de verdade, um pai. Coisa que você sempre teve e eu nunca.
(Quando Fábio desabafa, Alex fica tocado com suas palavras)
ALEX: Você precisa de amor, cara… Sai dessa vida de ilusão, desencana dessa vibe negativa.
FÁBIO: Amor, amor é o cassete. Quer saber? Já que você saiu da cadeia, eu não vou deixar você tomar o meu lugar… Eu vou é te matar!
(Diabólico, Fábio aponta a arma na testa de Alex, amedrontando-o; Quando Fábio está pronto para puxar o gatinho, eis que chega policial Almeida e outros policiais)
POLICIAL ALMEIDA: Fábio Duarte, você está preso em flagrante!
(Policial Almeida e os outros apontam suas armas contra Fábio, que se vê vencido; Afrodite aparece e dá uma piscadela para Alex, que sorri: Finalmente a justiça foi feita)
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Nove meses se passam…
Alice está sentada no sofá, assistindo “Malhação”, enquanto Naldo e Tina discutem, como sempre.
(A campainha toca e Tina abre a porta, se espantando com o que vê; Renata, com um bebê nos braços, entra na sala)
RENATA: Olá, Naldo… Vim trazer o seu presente!
(Renata coloca o bebê nos braços de Naldo e sai, emburrada, batendo fortemente a porta; Com o bebê no colo, Naldo não sabe o que fazer)
TINA: Ah, presente? Então… Fora da minha casa, Naldo!  
NALDO: Não saio! A casa é tão minha como sua!
TINA: Não sai? Não tem problema! Prefiro aturar a minha mãe falando alto, do que escutar choro do “filho do pecado”. Venha, Alice… Vamos fazer as nossas malas!
(Séria, Tina encara Naldo e caminha para o quarto; Decepcionada, Alice encara Naldo e segue a mãe; Naldo olha para o bebê e o estranha)
NALDO: (desconfiado) Mas ele não parece comigo, nem com ninguém da minha família.
(Naldo repara na criança, quando sente algo quente; Ele respira fundo e percebe que o bebê cagou e chama por Tina, que não o responde)
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“Casa de Maria das Dores – Quarto de Alex e Afrodite”
(Frente a um grande espelho, Afrodite se vislumbra com sua gestação, que já está quase no fim; Ela está com um vestido de noiva, branco, e com arranjo prateado no cabelo; Sentadas na simples cama, Ana e Cidinha a admiram)
ANA: Mammy, a senhora está very beautiful… Está um arraso!
(Contente, Afrodite sorri)
CIDINHA: Você está muito feliz, né, minha menininha… Dá pra ver a felicidade estampada no seu rosto!
AFRODITE: A senhora não sabe o quanto, Cidinha…
(Radiante, Afrodite volta a olhar-se no espelho)
AFRODITE: Finalmente eu vou casar com o amor da minha vida e juntos, vamos criar o nosso filho.
(Completamente emocionado, Afrodite sorri e alisa a sua barriga)
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(No outro quarto, animados, Maria das Dores e Luís ajudam Alex a se arrumar e afastada, Solange chora baixo pela morte de seu pai: Ela é a que mais sofreu e com isso, não tem mais ânimo para nada)
ALEX: Tô bonito, mãe?
MARIA DAS DORES: Tá um príncipe, meu filho!
(Alex ri; Luís percebe a tristeza de Solange e se aproxima dela, sentando-se ao seu lado)
LUÍS: Ainda triste pela morte do pai, Solange? Mas lembre que foi bom pra ele descan…
(Ignorando Luís, Solange deixa o quarto e começa a chorar; Luís se entristece; Animados, Alex e Maria das Dores conversam)
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Bruna fugiu da cidade durante todos esses meses e em um jatinho particular, Bruna sai do Brasil, com todo o dinheiro que roubou da família Smith.
(Sozinha no jatinho, Bruna pega uma caixa de veludo e abre, se deslumbrando com a quantidade de joias que tem ali; Bruna pega o anel de diamantes que Frederick deu para Afrodite e o põe no dedo)
BRUNA: (apaixonada) Frederick, seria tão bom se você tivesse aqui comigo…
(Delicada, Bruna beija o anel e pensa em Frederick; Uma comissária trás uma bandeja com uma taça de champanhe e Bruna pega, agradecendo em seguida; A comissária sorri e se retira; Bruna bebe e ergue a taça para o alto, sorrindo)
BRUNA: Eu vou ser rica, longe dessa droga de país… Aqui pra você, Brasil!
(Olhando pela janela, Bruna dá dedo do meio para o Brasil e o avião embarca; As risadas demoníacas de Bruna se misturam com a música “Brasil, cantada pela Gal Costa”, que incide na sala; Em seguida, Bruna manda beijos para o Brasil e retorna a beber seu champanhe)
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(No quarto de sua casa, Frederick se afunda nas drogas, desiludido com o casamento de Afrodite)
FREDERICK: Eu não posso deixar a Afrodite casar com o Frederick, não posso… Ela é minha! Só minha!
(Sob o efeito das drogas, Frederick esfrega a mão em seu nariz; Abre uma gaveta do seu guarda-roupa e tira uma arma de lá; Frederick olha fixamente para a arma)
FREDERICK: Sempre soube que um dia ia precisar dessa pistola.
(Com o ódio estampado em sua face, Frederick guarda a arma dentro da calça e sai do quarto, batendo a porta, fortemente)  
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“Morro da Paz”
(Ruez e Marieta sobem o morro, para irem ao casamento de Afrodite)
MARIETA: Ai, que carma, meu Deus… Oh vida! Não basta ter ficado pobre e ainda tem que subir o morro pra ir no casamento da filha com um bandido. Oh, como sofro!
RUEZ: Pare de reclamar, Marieta… Pelo menos uma vez!
(Marieta não gosta do que ouve, mas fica quieta; Apressado, Ruez vai andando mais na frente)
MARIETA: Ruez… Me espera! Me espera, meu bem! Ruez…
(Ruez nem olha para trás e aperta mais o seu passo; Sobre um grande salto, Marieta anda mancando)
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No pico do morro, a cerimônia de casamento está ocorrendo singelamente.
(Pastor Jonas realiza a cerimônia e a felicidade de Alex e Afrodite é evidente; Como madrinha, juntamente, com Adamastor, Cidinha sorri, feliz com a tão almejada realização da sua menininha, assim como a chama, mesmo depois de anos; Bené e Maria das Graças também são padrinhos e se alegram pelo sobrinho-afilhado; De relance, os olhares de Maria das Graças e seu Messias se atraem e eles ficam tristes, um pelo outro; Enquanto presta atenção na cerimônia, Sara é observada por Tico e Piolho; Ana segura a mão de Lucas, deixando-o corado: Ela sorri e beija a bochecha dele. Ele faz o mesmo, deixando-a desconcerta; De longe, Tânia se alegra pelo filho e percebe que Augusto, o advogado e amigo da família, a olha constantemente; Mesmo envergonhada, ela retribui os olhares e eles sorriem, um para o outro; Agora que estão namorando, Tina levou Henrique para a cerimônia e Alice aprovou o padrasto: Os três, agora, são uma família muito feliz; Maria das Dores transborda de orgulho, em controvérsia, Ruez e Marieta se roem de desgosto; Sob um instrumental romântico, Alex e Afrodite trocam as alianças e em seguida, se beijam; Todos aplaudem; Lentamente, Alex e Afrodite vão se afastando do beijo e emocionados, sorriem um para o outro)
ALEX: Finalmente chegou o nosso dia, minha Deusa do Amor… Demorou, mas agora poderemos ser felizes para sempre!
(Radiante, Afrodite concorda com a cabeça e eles se beijam novamente; Todos aplaudem e assoviam, jogando pétalas de rosas sobre eles)
FREDERICK: Não se eu impedir essa palhaçada!
(Falando, Frederick aparece e aponta a arma para Alex; Todos se assustam e o olha)
AFRODITE: (preocupada) Frederick, o que você está pensando em fazer? Abaixa essa arma…
FREDERICK: Vim acabar com essa palhaçada, Afrodite… Impedir que alguém te tome de mim. Eu não vou deixar você se casar com esse bandido favelado.
ALEX: Eu poderia cair na sua, mas não vou… Sabe por quê? Porque não vale a pena! Você é um iludido, Frederick… Digno de pena! Eu e a Afrodite já estamos casados e não vai ser você que vai impedir isso.
FREDERICK: Não, Alex? É você que pensa! Se a Afrodite não vai ficar comigo, então ela não vai ficar com mais ninguém.
“Com as mãos trêmulas, Frederick aponta a arma para Alex, que realmente se amedronta. Em questão de segundos, Frederick acaba disparando o tiro contra Afrodite, acertando o seu coração; A imagem vai ficando lenta, Afrodite faz expressão de dor ao receber o tiro e o sangue mancha o seu vestido; Sofrendo, Alex dá um grito ao ver que Frederick atirou em sua amada; Chocados, todos choram, inclusive Frederick, que apavorado, se descontrola. Ao som de um triste instrumental, os olhos de Afrodite vão se fechando lentamente e ela cai nos braços de Alex, que chora… Com medo de perder o seu filho e a sua deusa do amor, aquela que mais amou em toda a sua vida”

(A imagem se congela num tom preto-e-branco)

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