Um Amor e Duas Realidades – Capítulo 24

“Cidade do Cabo – África do Sul”
“Afrodite se emociona ao ver uma bela africana com um bebê recém-nascido nos braços; Lentamente, Afrodite se aproxima e admira a criança”
AFRICANA: (suplicando)  Fica com a minha filha… Por favor! Eu passo fome, não conseguia criá-la… Por favor!
(Confusa com a linguagem Africâner, Afrodite não entende o idioma que a jovem fala)
AFRODITE: Desculpa, mas não estou entendendo… I’m Brazilian. Sorry…
(Insistente, a jovem africana coloca a recém-nascida nos braços de Afrodite, que não entende a atitude)
AFRICANA: Por favor, cuide bem da minha pequenina… Dá muito amor e carinho precisa. É com grande dor no coração que faço isso, mas será para o bem dela. Você é boa, eu sei, eu sinto… E sei que vai cuidar da minha filha com todo o carinho.
(Mesmo sem entender, Afrodite se emociona com as palavras daquela mãe; A africana beija a testa da recém-nascida e chorando, sai correndo, até sumir na imensa pista; Afrodite admira a bebê e a enrola com o seu cachecol, para protegê-la da tempestade; Afrodite lembra-se do seu triste aborto e dos belos conselhos de Cidinha, que sempre lhe apoiou)
AFRODITE: Você agora será a minha filha… O presente que a vida me deu.
“Ao som de um delicado instrumental que se mistura com o som da forte chuva, Afrodite beija a testa de pequenina menina e deixa uma lágrima, de alegria, cair sobre seu rosto”
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(Em sua suíte, Afrodite está sentada em sua cama, colocando sua bebezinha para dormir)
AFRODITE: Bem que a Cidinha um dia me falou… Que o filho não pode ser gerado no nosso ventre, mas o amor é o mesmo. E eu… Eu já te amo muito, minha bonequinha.
(Lentamente, Afrodite beija a testa da menina, que abre um suave sorrisinho; Encantada, Afrodite sorri, admirando a recém-nascida)
ARODITE: Que linda, a minha filhinha… Ana! Você agora se chamará Ana… Aquela que é “graciosa”, “cheia de graça”… Linda como a lua que abrilhantou o nosso encontro.
(Novamente, Afrodite beija a testa da menina, lhe dá um cheiro demorado e em seguida, cantarola uma canção de ninar; Batem na porta duas vezes e lentamente, Frederick entra)
FREDERICK: Afrodite, o que aconteceu com você? E por que vocês saiu correndo da passarela? Parecia até que…
(Ao se aproximar, Frederick vê a menina e se espanta)
FREDERICK: Afrodite… Que criança é essa?
(Afrodite olha para o Frederick e sorri)
AFRODITE: (docemente) A minha filha, Frederick… O lindo presente que a vida me deu!
(Espantado ao ouvir tal coisa, Frederick empalidece, enquanto Afrodite admira novamente a sua filha)
“Morro da Paz – Casa de Quinho”
(Atordoado com a notícia de que será pai, Quinho parece não acreditar)
QUINHO: Não, Tânia… Você só pode estar de neurose. Essa história de filho é tudo uma brincadeira, né?
TÂNIA: Não, Quinho… É verdade! Eu estou grávida sim. Eu nem suspeitava, mas o médico deu certeza. Não é uma linda notícia, meu amor?
(Sorridente, Tânia alisa a sua barriga e em seguida, sorri para Quinho, que está completamente surpreso)
QUINHO: Não, Tânia, não pode ser… A gente é muito jovem ainda pra ter filho. Já sei! Tira esse filho, Tânia…
(Ofendida pelo descaso de Quinho, os olhos de enchem de lágrimas)
TÂNIA: (indignada) Quinho… Eu não estou que você está me pedindo pra fazer um aborto…
QUINHO: É, Tânia, é uma boa solução, você não acha? Sem esse filho, a gente poderia continuar como estamos… Namorando escondido, com nossos fights gostoso…
(Safado, Quinho ri e vai para agarrar Tânia, mas ela lhe dá um forte tapa na cara; Com a mão no rosto onde apanhou, Quinho encara Tânia, que o olha furiosamente) 
TÂNIA: Quinho, como eu me enganei com você… Achava que você me amava de verdade, mas não… Você queria é me levar pra cama e depois jogar fora. Ai, como fui burra! O quanto que a minha mãe me alertou, mas não… Eu tola, completamente apaixonada, me deixei levar pela sua conversa. Poxa, pensei que você fosse ficar tão contente com a novidade, mas eu estava enganada… Como eu fui burra… Como eu fui idiota…
(Chorando, Tânia se afasta, pega a sua mala e sai correndo; Completamente atordoado, Quinho senta-se na cama e finalmente, Tati pode sair debaixo dela)
TATI: Quinho, limpe embaixo da sua cama, hein… Sempre que eu fico embaixo dela, saio com os meus cabelos cheio de teia de aranha… Que nojo!
(Quinho nada responde; Tati passa a mão em seus cabelos e em seguida, retorna a olhar pra Quinho)
TATI: Quinho, estou chocada! A Tânia está grávida? Quinho, eu sei que você não quer ter responsabilidades, mas filho é coisa séria… Eu acho que…
QUINHO: Você não acha nada, sua biscateira!
(Irritado, Quinho se levanta da cara, pegando fortemente no braço de Tati, que reclama de dor)
TATI: Ai, Quinho… Assim você está me machucando!
QUINHO: E você está me irritando… Agora, sai! Sai que não estou com cabeça.
(Quinho abre a porta e joga Tati lá fora)
TATI: (gritando) Ei, as minhas roupas!
(Somente de calcinha e sutiã, Tati tenta se cobrir com as suas mãos; Grosseiramente, Quinho joga as roupas na cara de Tati e bate a porta, fortemente)
TATI: Grosseirão!
(Tati coloca as suas roupas; Dentro de casa, Quinho quebra uns objetos e acende um cigarro de maconha para se acalmar)
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“Delegacia – Entrada”
(Marieta retirou a queixa contra a empregada e finalmente, Maria dos Prazeres recebe a sua liberdade novamente; Aliviada, Maria dos Prazeres sai da delegacia e suspira)
MARIA DOS PRAZERES: Livre… Finalmente livre.
(Alegre, Maria dos Prazeres sorri e ao perceber que ninguém foi busca-la, olha de um lado para o outro)
MARIA DOS PRAZERESUé, ninguém veio me visitar? Pouco importa… Já estou livre! (risos) E quem mexeu comigo, vai sentir o gosto do meu veneno… Família Smith que se preparem. Vocês não conhecem quem é Maria dos Prazeres Duarte.
(Diabolicamente, Maria dos Prazeres sorri e caminha em direção ao ponto de ônibus)
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“Pouco Depois…”
(Ainda no morro, sentada no meio-fio, Tânia continua chorando muito)
TÂNIA: (lamentando) Como eu fui boba, meu Deus… Como fui burra! Como pude confiar tanto naquele homem… E agora, pra onde eu vou?
(Ainda chorando, Tânia passa a mão pelo seu rosto molhado e uma ideia brilha em sua mente)
TÂNIA: Já sei! Vou pedir ajuda ao meu pai… Tenho certeza que ele não vai me desamparar em um momento tão difícil como esse.
(Um pouco revigorada, Tânia suspira, sorri, seca suas lágrimas, pega a sua mala e caminha pelo morro)
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(No quarto de sua casa, Tati está se arrumando em frente a um grande espelho rachado; Ela ajeita seu vestido provocante para realçar seus seios e em seguida, passa um forte batom vermelho rebu)
TATI: Se o Quinho pensa que vai me dá um chute na bunda e eu vou ficar chorando igual a Tânia, ele está muito enganado… Eu vou pro baile do pistão e ficar com o homem que eu quiser, mas de 10.
(Mascando seu chiclete, Tati sorri, joga beijo pro espelho e ia saindo, quando se surpreende com Piolho, que aparece atordoado)
PIOLHO: Eu preciso ir embora… Eu tenho que ir embora, eu vou embora.
(Apressado, Piolho abre seu armário e começa a tirar as suas roupas; Preocupada, Tati se aproxima)
TATI: Piolho, o que houve… Por que você está tirando essas roupas pra fora. Parece até que vai viajar…
(Brincando, Tati ri e Piolho coloca as suas roupas em uma velha mochila)
PIOLHO: Eu preciso sair do morro, mana… Eu saí do tráfico e o Fábio me expulsou daqui. Ele disse que se eu ficasse aqui, eu ia virar presunto.
TATI: O… O Fábio o quê? Mas… Mas o Alex… O Alex não acabou com o tráfico?
PIOLHO: Acabou, mas agora o Fábio tomou posse e quer voltar o inferno que era.
(Tati fica surpresa; Piolho acaba de colocar as suas roupas na mochila e olha para a irmã, que aparenta tristeza)
PIOLHO: Tati, eu decidi mudar… Sabe? A passagem do Alex na boca foi muito importante pra mim aprender que a vida tem que ser honesta. Se fosse antes, eu ia tá felizão da vida com a volta do tráfico, porque ia poder roubar os otários e as otárias, passar o rodo em geral, mas não… Agora eu quero ser diferente. A gente é irmão, mas nem se tratava direito… Mas eu também te aconselho a mudar, Tati. Eu não sei falar bonito, mas é de coração, mana. Você já é potranca, não precisa ficar usando esses vestido, essas saia de 1 palmo, esses batom de palhaço… Se dá o valor, minha irmã…
(Tati olha para o seu corpo e sente-se envergonhada pela forma vulgar que se apresenta)
PIOLHO: Tá bom, minha irmã?
(Piolho beija a bochecha de Tati e sorri para ela)
PIOLHO: Agora eu preciso ir…
(Piolho ia saindo, mas Tati o segura pelo braço)
TATI: Espera, Piolho!
(Piolho para, Tati vai até a sua cabeceira, pega uma velha fotografia e volta)
TATI: Leva isso contigo!
(Piolho pega a fotografia e se emociona)
TATI: (chorando) É a foto dos nossos pais. Só tem essa, mas fica com ela… Para você se lembrar de mim. Falando nisso… Pra onde você vai, meu irmão? Já tem lugar pra ir?
PIOLHO: Nem sei… Vou ficar por aí, melhor que ficar no inferno que isso aqui vai virar.
TATI: Então eu vou com você… Não posso deixar você ficar sozinho nesse mundo, sem ninguém.
PIOLHO: Não, Tati, melhor não… Pelo menos aqui você vai ter uma casa, um lugar pra ficar segura. Eu vou me virar, pode ficar despreocupada. E… Só peço pra você se cuidar, tá bom?
(Novamente, Piolho beija a bochecha de Tati, bota sua mochila e sai do quarto; Completamente triste, Tati se aproxima do espelho e observa o seu abatido reflexo; Um instrumental triste incide na cena, Tati limpa sua boca com a mão, tirando todo seu batom e em seguida, senta-se na cama, chorando compulsivamente)
(Piolho desce o morro e para na entrada)
PIOLHO: (triste) E agora… O que será da minha vida?
(Pela última vez, Piolho olha para o morro, despedindo-se e segue o seu rumo, sem um destino traçado)
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“Casa de Maria dos Prazeres – Sala”
(Maria dos Prazeres e Bené estão sentados no sofá; Bené está concentrado assistindo uma partida de futebol e Maria dos Prazeres demonstra desinteresse pelo esporte)
BENÉ: (torcendo) Vai, Flamengo… Vai Flamengo… É agora… Éééé…
(Quando o atacante está prestes a chutar para o gol, Maria dos Prazeres puxa o controle da mão de Bené e troca de canal)
BENÉ: Por que você fez isso, Prazeres? O Mengão ia fazer o gol da virada.
MARIA DOS PRAZERES: A minha “Roque Santeiro” já vai começar… E isso é porque tenho prioridades, pois você não vou me buscar lá na cadeia… Que espécie de marido é esse?
BENÉ: A espécie de marido que trabalha… Hoje fiz hora extra, se você não sabe.
(Maria dos Prazeres faz careta e concentra-se na novela, deixando Bené emburrado; Batem na porta e sem vontade, Bené vai atender)
BENÉ: (surpreso) Tânia? O que faz aqui a essa hora, minha filha… Entre!
TÂNIA: Com licença, pai…
(Educadamente, Tânia entra e Bené fecha a porta)
BENÉ: O que houve, minha filha? Seus olhos estão vermelhos… Estava chorando? E que malas são essas?
(Tânia demora para responder e Bené fica preocupado)
TÂNIA: Sabe o que é, pai? É que eu… Eu…
(Tânia faz suspense e curiosa, Maria dos Prazeres se aproxima para escutar)
TÂNIA: É que… Eu…
MARIA DOS PRAZERES: (curiosa) Você…
(Envergonhada, Tânia olha para Maria dos Prazeres e em seguida, para Bené, que aguarda a resposta)
TÂNIA: Eu… Eu estou grávida, papai. É isso! Eu estou grávida e o pai da criança não quer assumir as responsabilidades.
(Bené leva um baque e Maria dos Prazeres fica boquiaberta)
BENÉ: (irritado) Grávida? Ah, mas eu mato o desgraçado… Ah, se mato!
(Bené se ira e Tânia tenta acalmá-lo)
TÂNIA: Calma, pai… Não vale mais a pena brigar! Eu já decidi… Vou criar o meu filho sozinha, já que não tem outra alternativa.
(Tânia alisa a sua barriga e uma tristeza preenche o seu coração)
BENÉ: Tá bem, se você quer assim, vou te apoiar sempre. Mas sozinha você não vai ficar, pois pode sempre contar comigo… Como seu pai, sou obrigado a te ajudar sempre.
(Tânia sorri e segura a mão de Bené)
TÂNIA: Pai, é que a minha mãe me expulsou de casa e eu não tenho para onde ir… Será que eu poderia ficar aqui com você.
(Não sabendo o que responder, Bené olha para Maria dos Prazeres, que o ignora, desviando o olhar)
BENÉ: Ah, minha filha, mas é claro que você po…
MARIA DOS PRAZERES: Ah, Tânia, você vai ter que nos desculpar, mas aqui você não vai poder ficar… A casa nem é tão grande, como você pode ver e aqui você não teria o conforto que está tão acostumada… Por que não tenta a casa da Das Dores?
TÂNIA: Ah, já que não podem me acolher, muito obrigada assim mesmo.
(Tânia pega sua mala e ia saindo, mas Bené a segura pelo braço)
BENÉ: Que isso, Tânia… Eu não posso deixar que você saia por aí a essa hora, não sem um rumo certo. Hoje você passa a noite aqui. O Fábio não dorme mais em casa mesmo e você pode ficar com o quarto dele… E amanhã eu te levo de volta pra casa. A Graça vai te aceitar de volta, eu vou obriga-la.
(Bené limpa as lágrimas de Tânia, pega a sua mala e a ajuda a ir para o quarto; Irritada por ter sido contrariada, Maria dos Prazeres senta-se no sofá)
MARIA DOS PRAZERES: Foi safada pra fazer, agora que segure o pato sozinha… A mãe dá um chute e eu que terei que aturar? Na-na-ni-na-não, não mesmo, eu hein!
(Maria dos Prazeres bufa de raiva e volta a assistir televisão)
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“Mansão dos Smith – Quarto do Casal”
(Cansado, Ruez deita na cama e Marieta está sentada à penteadeira, passando creme de beleza facial)
RUEZ: Ai, Marieta, será que toda noite você vai ter que passar essa meleca na cara… Às vezes penso que me casei com um muro, pois você passa “massa corrida” sempre.
(Marieta para de passar o creme e olha para Ruez)
MARIETA: Ruez, saiba que não gostei da sua brincadeirinha… Você não gosta de ter uma bonita ao seu lado? Então! Estou fazendo de tudo para presar a minha imagem de dama da alta sociedade carioca.
RUEZ: Tá bom, não está mais aqui quem falou.
(Marieta sorri para Ruez e volta a passar seu creme)
RUEZ: (confuso) Marieta… Por que você aceitou fazer o acordo pra tirar a acusação contra a Maria dos Prazeres? Era você, mais do que ninguém, que a queria presa… Não entendi essa sua atitude.
(Marieta fica nervosa e deixa o pote do creme cair no chão)
MARIETA: Ah, Ruez… Como por quê? Pela nossa filha, que está no exterior, famosa… Esse escândalo não seria nada bom para a carreira dela.
(Marieta se levanta e tira seu delicado hobby, ficando somente com uma camisola salmão e deita-se ao lado do marido; Rapidamente, Ruez pega no sono e com um ar triste, Marieta fica pensativa)
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“Cidade do Cabo – África do Sul”
(Frederick parece não acreditar no que ouviu)
AFRODITE: É isso mesmo o que você ouviu, Frederick… Essa linda menininha é a minha filha.
FREDERICK: Não, não pode ser, Afrodite… Essa menina, ela é…
AFRODITE: Negra? Africana? Era isso o que você ia falar, Frederick? O que isso importa? Nada! Pois o amor que já sinto por ela, vai além de qualquer melanina ou etnia… Ela é minha filha e estou disposta a cria-la com todo o amor desse mundo.
FREDERICK: E a sua carreira de modelo? Já não basta a vergonha que você fez caindo na passarela, agora terá mais esse escândalo? Essa menina vai ser outra pedra no seu caminho, mais um estorvo.
AFRODITE: Frederick, eu não admito que você fale assim da minha filha. Para criar a Ana, eu sou capaz de tudo… Até de largar a carreira de modelo.
FREDERICK: Não, não é isso o que estou ouvindo, eu só posso estar louco… Você seria capaz de largar a sua carreira de modelo por… Por essa coisa?
AFRODITE: Mais respeito, Frederick… Eu exijo que quando você for se referir a minha filha, que não seja de forma tão pejorativa. E digo, repito que sim… Para criar a minha filha, eu sou capaz de tudo, até de largar a carreira.
(Descrente e inconformado, Frederick suspira e encara Afrodite)
FREDERICK: Pensa bem, Afrodite… E meça as coisas. Qual vale mais… A fama ou uma coisa que nem é sua de verdade? Pensa bem e decida.
(Indignada, Afrodite ignora Frederick e evita olhar para ele)
AFRODITE: Me deixa sozinha com a minha filha, Frederick… Por favor!
(Frederick encara Afrodite mais uma vez e em seguida, sai do quarto; Afrodite suspira, aliviando toda a sua indignação por Frederick)
AFRODITE: Não tem o que pensar… O destino me trouxe aqui para receber o melhor presente que ganhei na minha vida… Você, minha filhinha!
(Afrodite beija a teste da recém-nascida e a coloca sobre a cama)
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De volta ao Brasil, Alex está sentado no canto da suja cela, escrevendo em um papel.
(Coroa, um velho presidiário se aproxima de Alex e repara em sua perna engessada)
COROA: É tiro? Tenho mais de 10 pelo corpo todo.
(Coroa ri, como se isso fosse algo engraçado; Alex para de escrever e dá atenção presidiário)
ALEX: Nossa, e como o senhor aguenta?
COROA: O velho aqui é de aço, menó!
(Alex ri; Coroa repara que Alex está escrevendo e fica curioso)
COROA: Escrevendo? É algum esquema de fuga?
ALEX: Não… Isso aqui é só rascunho do que já me aconteceu. Se Deus quiser, um dia ainda virará um livro.
COROA: (rindo) Livro… Que perca de tempo.
(Coroa caçoa e envergonhado, Alex dobra o papel e guarda o lápis; Coroa ajuda Alex a se levantar e se aproxima dele)
COROA: Sabe o que é, menó… É que amanhã vai ter uma confusãozinha aqui e geral vai aproveitar pra fugir. E aí… Vai querer ir também?
(Alex fica mexido com a proposta, mas como é honesto, dá uma resposta a altura)
ALEX: Não, muito obrigado… Eu prefiro esperar meu julgamento.
COROA: Julgamento, menó… Deixa de ser bobo. Vamô fazer os gambé de refém e vai todo mundo fugir. Bora também!
ALEX: Não… Eu tenho certeza que serei liberto, pois sou inocente. Sairei daqui pela porta da frente e de cabeça erguida.
(Coroa não acredita que Alex recusou e se afasta, resmungando)
ALEX: Eu sou inocente… E vou sair daqui como se deve. Eu tenho certeza!
“Esperançoso, Alex sorri, segurando as grades”
(A imagem se congela num tom preto-e-branco)
Continua…

NO CAPÍTULO DE AMANHÃ: Alex é julgado e a sentença é decretada. Vocês não vão perder, né? Também, passa-se um tempo e muitas coisas acontecem, inclusive o parto de Tânia. Conto com a colaboração de todos vocês. 

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