Um Amor e Duas Realidades – Capítulo 31 (Última Semana)

Amanhece lentamente e um belo seu desponta no céu.
“Gráfica”
(Impaciente, a pessoa misteriosa aguarda; Um funcionário aparece e coloca umas fotografias sobre o balcão)   
FUNCIONÁRIO: Prontinho! As fotos já estão prontas!
(A pessoa misteriosa se alegra e paga pelas fotografias; Se afastando lentamente da Gráfica, a pessoa misteriosa se deslumbra com as fotografias)
PESSOA MISTERIOSA: Perfeitas! Essas fotos… Essas fotos serão a chave para a minha vitória!
“Sentindo-se vitoriosa, a pessoa misteriosa sorri maliciosamente, põe seus óculos escuros e retorna a admirar as fotografias”
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(A praia ainda está completamente deserta, somente Alex e Afrodite dormem tranquilamente, abraços; Lentamente, Afrodite desperta nos braços de Alex e olha ao redor)
AFRODITE: Alex, acorda… Acorda, meu amor!
(Delicada, Afrodite sacode Alex, que vai despertando aos poucos, espreguiçando-se)
ALEX: (sorrindo) Bom dia, minha deusa do amor…
(Alex dá uma bitoca em Afrodite, que está visivelmente apreensiva)
ALEX: Aconteceu alguma coisa, Afrodite? Você está com uma cara…
AFRODITE: (nervosa) Eu não deveria ter passado a noite fora… Os meus pais vão me matar!
(Alex ri e Afrodite não entende)
AFRODITE: Está rindo do quê, Alex? Eu aqui num estado de nervos e você ainda acha graça?
ALEX: É tão bonita essa sua preocupação que você tem com o que os seus pais vão achar… Parece até aquela menininha que eu namorei na adolescência.
(Saudosa, Afrodite sorri)
AFRODITE: É, às vezes eu sinto saudades daquele tempo. A gente era tão feliz, né, Alex?
ALEX: E a gente vai voltar a ser, minha princesa… Eu tenho certeza!
(Carinhosamente, Alex alisa o rosto de Afrodite, que fica triste)
AFRODITE: Mas a gente ainda tem muito o que conversar, Alex… Eu preciso te contar que…
ALEX: Depois, Afrodite… Depois falaremos tudo o que temos pra falar. Agora vamos aproveitar o tempo perdido.
(Alex se prepara para beijar Afrodite, que afasta o rosto)
AFRODITE: Acho melhor eu ir embora, Alex. Depois essa praia vai começar a ficar cheia e o que os outros vão pensar?
ALEX: Eles vão é morrer de inveja de todo o nosso amor.
(Afrodite sorri; Ainda sentados na areia, Alex e Afrodite se beijam, delicadamente)


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“Casa de Tina – Sala”
(Sentada no sofá, ainda enrolada em seu cobertor, Alice está assistindo aos desenhos animados que passam no SBT; A menina está triste e nada lhe alegra; Discutindo, Tina e Naldo aparecem)
NALDO: Tina, eu quero saber quem é que veio te trazer aqui de carro ontem… Vai, fala!
TINA: Eu já falei mais de mil vezes, Naldo… É o Henrique, o professor lá do Colégio. Meu novo amigo!
NALDO: Saiba que não quero mais que isso aconteça, está me ouvindo? Mulher minha não fica em carro de macho não.
TINA: Quê que foi, hein, Naldo… Não se garante não, é? E fique você sabendo, que se eu quisesse te trair, já teria feito isso muito tempo, já que você nem é lá essas coisas mesmo.
(Aquelas palavras enraivece Naldo, que dá um forte tapa na cara de Tina, indignando-a; Naldo e Tina se encaram, tensamente; Cheia de tudo que está acontecendo em sua vida, Alice grita, histericamente, e corre para o seu quarto; Com uma expressão de raiva, os olhos lacrimejantes, mão onde levou o tapa, Tina se retira da sala e arrependido, Naldo senta-se no sofá)
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(Alice entra em seu quarto, bate a porta fortemente e chora, abraçada ao travesseiro; Tina aparece e senta-se na beirada da cama, olhando para a filha)
TINA: Alice, eu posso saber o motivo de você sair gritando igual uma louca pela casa? Foi essa a educação que eu te dei?
ALICE: A senhora não vai querer saber… Nunca tem tempo pra mim mesmo.
(Tina suspira e enquanto fala, alisa a perna da filha)
TINA: Filha, eu posso ter esse jeito estressado, mas mesmo assim, eu continuo sendo a sua mãe. Vamos, fala logo… Qual o motivo de tanta histeria? Foi porque o seu pai me bateu? Ah, se for isso, pode ficar despreocupada que com ele eu me entendo.
(Tomando mais liberdade, Alice assua seu nariz, seca suas lágrimas e senta-se na cama, ficando frente a frente com a mãe)
ALICE: Também são todas essas brigas que eu vejo sempre aqui em casa, mas também tem um probleminha. Ontem, na aula de Educação Física, eu caí na quadra e todo mundo riu de mim. Eu não quero mais voltar pra escola.
(Alice sente uma nova vontade de chorar, mas dessa vez se controla; Ao ouvir tal coisa, Tina se levanta e se afasta)
TINA: Também, Alice… Olhe para o seu corpo, minha filha. Esse seu peso, sua gordura, tudo te torna tão feia… Você quer que os outros continuem rindo de você, Alice? Quer? Então quando eu falar pra você comer menos, me obedeça, ouviu? A sua festa de 15 anos já está chegando e desse jeito, teremos que fazer um vestido de lona de circo pra você. Alice… Pare de comer igual uma porca, se controla, menina. Eu falo isso para o seu bem… Só para o seu bem!
(Tina olha com insatisfação para a filha, nega com a cabeça e sem esboçar mais palavras, sai do quarto; Triste pelas duras palavras duras que ouviu de sua própria mãe, Alice põe-se frente ao espelho e observa o seu reflexo: Até que ela é bonita de rosto, mas o seu corpo a deixa com um alto complexo de inferioridade, pelo bullying que sofre tanto na rua, como dentro de casa)
ALICE: Como eu sou feia… Ninguém nunca vai gostar de mim. Eu sou horrível!
(Alice deixa uma lágrima rolar pelo seu rosto e melancólica, abre uma gaveta do seu armário e se empanturra de doces que escondeu a várias semanas; Enquanto come, mas ela chora)      
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(Emburrada, Tina aparece na sala e encara Naldo, que continua sentado no sofá, com um olhar arrependido; Com um ar superior, ela vai se aproximando lentamente)
NALDO: Você me perdoa?
(Naldo pergunta, com os olhos baixos; Tina continua encarando-o)
TINA: Você sabe que o quê você fez é muito grave, né? Posso te denunciar e fazer da sua via um inferno. Mas pela nossa filha, pela nossa casa, pelo nosso “casamento” construído de aparência, eu posso TENTAR esquecer… Só que com uma condição!
NALDO: (curioso) Qual?
TINA: Você vai me dar a vida de rainha que eu sempre quis ter… Começando pelo cordão de ouro que vimos no shopping naquele dia. Lembra que eu te pedi de presente e você disse que não podia me dar? Então, vire-se!
NALDO: Tina, mas aquilo é muito caro, mulher… Eu não tenho como pagar!
TINA: Paga ou a sua vida vira um inferno. Então, o que escolhe?
(Sem alternativas, Naldo acaba concordando)
NALDO: Tá bom, fazer o quê, né? Eu compro a porcaria desse cordão!
(Animada, Tina comemora batendo palmas; Naldo vê-se cercado numa grande chantagem)
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“Casa de Maria das Graças – Sala”
(Enquanto conversam sentadas no sofá, Maria das Graças e Verinha tomam chá e comem biscoitos amanteigados)
MARIA DAS GRAÇAS: Gostou do chá, Verinha? Tem um ingrediente especial que aprendi com a minha irmã, a Maria dos Prazeres. Vou contar! Ela sempre colocava pra patroa dela, quando trabalhava lá na zona Sul… É coisa finíssima!
(Verinha toma mais um pouco do chá e faz cara de degustação)
VERINHA: Até que não está ruim… Mas o meu é bem melhor, depois te ensino uma receitinha também.
(Verinha sorri e Maria das Graças faz cara feia)
MARIA DAS GRAÇAS: Ah, falando nisso, eu que farei o bolo da festa de debutante da Alice, hein! Já que ela ama o meu bolo de chocolate com chantilly de mashemellow.
VERINHA: Você uma vírgula, Graça… Quem fará o bolo dela serei eu. Eu já falei isso no ano passado, esqueceu-se? Ela gosta muito mais do meu bolo, ela mesma disse isso.
MARIA DAS GRAÇAS: Então, por favor, só não faça aquele bolo do tamanho de um muro… Sua massa é muito pesada, Verinha! Deveria aprender comigo.
(Verinha não gosta do que ouve e inicia uma discussão; De repente, Maria das Graças começa a sentir uma dor em seu seio esquerdo e o toca com os dedos)
MARIA DAS GRAÇAS: (gemendo) Ai!
VERINHA: (preocupada) O que houve, Graça? Aconteceu alguma coisa?
MARIA DAS GRAÇAS: Uma dor aqui no meu peito… Eu já senti outras vezes.
VERINHA: Vá ao médico, irmã… Pode ser alguma coisa grave.
MARIA DAS GRAÇAS: Está repreendido em nome do Senhor Jesus, vire essa boca pra lá! Mas eu já marquei consulta lá no hospital perto do Centro, semana que vem, eu vou.
VERINHA: Ah…
(Verinha volta a tomar seu chá e Maria das Graças continua com a dor; Batem na porta e Maria das Graças a atende)
MARIA DAS GRAÇAS: (surpresa) Vocês? Entrem, façam o favor!
(Sara e Piolho pedem licença e entram na sala, cumprimentando Maria das Graças e Verinha)
SARA: A Paz do Senhor, irmã Graça… Só passei pra saber como está o Tico.
MARIA DAS GRAÇAS: Ele está bem, graças a Deus… Ainda não acordou. Acho que nem vai pro trabalho hoje. Sara, nem sei como agradecer por você ter trago o meu filho até aqui… Você também, Piolho! Sou muito grata, de coração!
(Sara e Piolho sorriem)
SARA: Fiz o que a Bíblia nos ensina… “Ajudai uns aos outros”. E fico feliz que ele já esteja bem. Ah, tenho uma notícia que alegrará a senhora. Ontem, quando ele foi buscar a Jhenyfer na escola, eu os convidei para o culto das crianças, no sábado, e ele disse que vai. Quem sabe Deus não faz a obra lá?
(Maria das Graças se alegra com a notícia)
MARIA DAS GRAÇAS: Sara, que notícia maravilhosa… Você não sabe o quanto me deixa feliz. Sabe? Às vezes acho que o meu filho merecia uma moça direita, exatamente como você.
(Ao ouvir aquilo, Sara se envergonha; Piolho sente ciúme e Verinha não gosta)
VERINHA: Graça, você está insinuando que a minha filha é o quê? O Tico já é da Paula e eles têm uma filha juntos… Saiba que não gostei do que ouvi, hein! Não gostei mesmo!
(Impaciente com Verinha, Maria das Graças revira os olhos e não revida)
MARIA DAS GRAÇAS: Então, Sara, você merece um homem bom, que te dê valor, um varão que esteja sempre ao seu lado… Assim como o Piolho.
(Sara é pega de surpresa com aquelas palavras; Maria das Graças põe a mão de Piolho sobre a de Sara e eles se olham; Apaixonado, Piolho sorri e Sara fica com um olhar tímido; Vendo essa cena, Verinha não esboça muita alegria, mas Maria das Graças sorri, admirando-os)   
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(Calmamente, Piolho e Sara caminham pela rua)
SARA: Sabe, Piolho? Fico tão feliz que o Tico esteja bem… Deve ser ruim estar na maneira que ele se encontrava ontem.
PIOLHO: Sara… Você… Você está gostando dele?
(Indignada, Sara para frente à Pensão e Piolho faz o mesmo)
SARA: (nervosa) Eu… Eu… Claro que não, Piolho! Que pergunta boba! Você sabe muito bem que ele é casado com a filha da irmã Verinha, não sabe?
PIOLHO: É que você fala dele com um jeito diferente.
SARA: Que jeito diferente? Deve ser só impressão sua, Piolho! E agora, com licença… Eu vou pegar meus instrumentos de ensino e vou para a escolinha!
(Sara ia entrando na Pensão, mas Piolho a segura pelo braço)
PIOLHO: Se você não gosta dele… Então me dá uma chance?
SARA: Piolho, já conversamos sobre isso… Eu…
PIOLHO: Quando a irmã Graça falou aquilo sobre a gente, foi a confirmação dos céus… Deus quer a gente juntos, Sara, só você que não vê. Mas eu vou fazer você enxergar isso…
(Inesperadamente, Piolho dá uma forte pegada em Sara e a beija, fogosamente; Recatada, Sara tenta se libertar dos braços de Piolho, que é mais forte que ela; Pastor Jonas aparece no portão e pigarreia alto, chamando atenção deles; Rapidamente, Piolho e Sara se afasta do beijo, ofegantes)
JONAS: (surpreso) Mas o que é isso?
(Piolho fica nervoso; Totalmente envergonhada, Sara entra na Pensão, chorando; Pastor Jonas olha para a filha e depois encara Piolho, que abaixa os olhos)
JONAS: Agora a minha conversa é com você, rapaz… Que cena é essa que eu vi aqui?
PIOLHO: Pastor Jonas, o senhor sabe que eu sempre fui apaixonado pela sua filha e ela nunca me deu confiança. Eu espero há quase trinta anos e nada… Ela nunca me dá um sinal verde. E… Eu decidi atacar!
JONAS: Espere mais, Cleosvaldo, quanto tempo for preciso. A maior virtude de um homem é saber esperar, pois a recompensa vem redobrada. Te aconselho a ler mais a Bíblia, seu cabeça de vento!
(Brincalhão, pastor Jonas bate com a Bíblia na cabeça de Piolho, dando-lhe o livro em seguida; Pastor Jonas entra na Pensão e chateado, Piolho senta-se no meio-fio; Chateado, Piolho abre a Bíblia e cai em “Salmos. 40”)
PIOLHO: (lendo) “Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor”.
(Com uma expressão triste, Piolho fecha a Bíblia e olha para o céu)
PIOLHO: (murmurando) Esperar até quando, Senhor? Até quando, Deus? Ô, mulher difícil, hein!
(Lamentando-se, Piolho bate com a Bíblia em sua própria cabeça, sucessivamente)
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“Casa de Quinho – Quarto de Kelly”
(Chorando, Kelly guarda todas as suas roupas em uma grande mochila escolar; Com os olhos marejados, Tati está ao seu lado e Quinho observa as duas, parado na porta)
TATI: Minha filha, você não pode ir embora… Pelo menos me escuta, por favor?
KELLY: Eu vou embora sim, vou morar com o meu tio lá no bairro, fora desse morro pecaminoso… Cheio de perdição… E mentiras, até dentro da minha própria casa.
TATI: Você está nervosa com tudo o que aconteceu, eu entendo, mas vamos conversar.
(Emburrada, Kelly termina de guardar as suas coisas e olha para Tati)
KELLY: Então comece, mãe… Que história é essa do Fábio te matar, mas não matando, e eu ser filha dele? Como assim?
(Num ato materno, Tati pega as mãos de Kelly e elas sentam-se na cama, uma do lado da outra)
TATI: O Fábio ia me matar sim, mas o tiro não pegou… Foi tudo um susto, ainda bem! (suspiro) Tudo começou lá trás, minha filha. Eu era jovem, bonita assim como você… Todos os homens me queriam e eu, como era safada, assumo, ficava com todo mundo, ao mesmo tempo, inclusive com o Quinho e com o Fábio. Mas mesmo naquela vida de vagabundagem, eu só amei um homem em toda… E ele não é o Quinho, não é o Fábio, é alguém que foi preso há muito tempo, por uma grande injustiça e eu sinto culpa até hoje. (Tati se emociona) O tempo foi passando e eu ficando mais rodada ainda. Mesmo num rolo sério com o Quinho, eu ficava com o Fábio também, até que engravidei de você. Eu sabia que a criança era do Fábio, mas ele, pra fugir das responsabilidades, obrigou o Quinho a te assumir, registrar e tudo mais…    
(Chorando, Kelly olha para Quinho)
KELLY: Como é engraçada a vida… Aquele que eu chamava de pai era uma obrigação, mas o seu próprio filho o senhor não quis assumir, né? Nunca falei isso com você, Quinho, mas… Eu sempre te amei como pai e continuarei te amando, mesmo você não sendo tão presente assim na minha vida. Se eu me sinto assim por descobrir que, na verdade, meu pai é um alguém que eu não tenho por perto… Imagine para o Lucas que nunca teve o apoio do senhor? Já pensou nisso? Ele deve sofrer muito com essa ausência paterna na vida dele…
(Quinho se emociona com as palavras de Kelly, mas não chora; Secando suas lágrimas, Kelly se levanta da cama)
KELLY: Mas eu vou sim, mãe… Vai ser melhor! Ao lado do meu tio Piolho, eu vou poder ir pra igreja e voltar mais tranquila, da escola, dos cursos que arrumarei por lá também. Tudo vai ser diferente, eu tenho certeza. Eu vou, mas espero reencontrar a senhora outra vez, mas assim como ele, eu não piso mais nesse morro. Nunca mais! E espero que a senhora possa fazer o mesmo qualquer dia.
(Tati chora por completo; Kelly pega as suas malas; Tati se levanta e abraça fortemente Kelly, que se sente bastante protegida; Os olhares de Kelly cruzam com os de Quinho)
KELLY: Não vai me dar um abraço de despedida… Pai?
(Quinho sorri e se junta ao abraço; Ao som de um triste instrumental, Kelly, Tati e Quinho formam um caloroso abraço coletivo, sob bastante choro de saudade)
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“Mansão dos Smith – Sala”
(Todos estão preocupados com o sumiço de Afrodite; Ana nem vai à faculdade e Ruez nem foi trabalhar; Aflita, Marieta anda de um lado para o outro, ainda com o seu robe cor de pêssego)
RUEZ: Não aguento mais essa demora… Vou ligar para a polícia!
(Frederick e Marieta acham uma boa ideia; Ruez se levanta e vai até o telefone, discando um número; Completamente feliz, Afrodite adentra a sala e para de sorri, gradativamente, ao ver todos ali)
MARIETA: (preocupada) Afrodite, minha filha… Onde você estava? Nem conseguimos pregar os olhos de tanta preocupação…
(Afrodite não sabe o que responder e o nervosismo toma conta de seu interior)
AFRODITE: Bom dia…
(Ruez bate o telefone e se aproxima, novamente)
RUEZ: Bom dia? Você passa a noite fora e só dá bom dia? A gente merece no mínimo uma explicação, você não acha, dona Afrodite? Ainda somos os seus pais!
(Envergonhada, Afrodite abaixa a cabeça; Preocupado, Frederick se levanta e abraça Afrodite)
FREDERICK: Você está bem, meu amor? Calma, gente… Ela já vai explicar tudo.
ANA: É, ela já vai explicar, people… Deixem ela subir, se trocar, que ela já explica tudo.
(Ana pega a mão de Afrodite e juntas, iam subindo as escadas; Bruna, que está sentada no sofá, fita as mãos de Afrodite)
BRUNA: (venenosa) Afrodite, só por curiosidade… Onde está aquele belíssimo anel que o Frederick te deu de noivado?
(Um instrumental tenso incide na cena; Afrodite gela da cabeça aos pés e Frederick fica intrigado; Apreensivas, Ana e Cidinha se entreolham; Ruez e Marieta estranham; Frederick se aproxima de Afrodite e pega a sua mão direita, olhando-a fixamente)
FREDERICK: É mesmo, Afrodite… Agora que eu percebi. Onde está o anel de diamante que eu te dei?
(Não sabendo o que responder, Afrodite olha para Ana e depois para Frederick, que aguarda uma resposta; Espontânea, Marieta caminha para o centro da sala, chamando a atenção de todos)
MARIETA: Gente, gente, vamos deixar esse assunto para depois! Afrodite, agora que você chegou… Vou te dar uma notícia. Neste Sábado será a sua festa de noivado com o Frederick. Já organizamos tudo, vai ter até uma orquestra lírica… Não é maravilhoso?
AFRODITE: (surpresa) O quê?!
 (Alegre, Frederick sorri e Afrodite não gosta do que ouve)
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“Casa de Maria das Dores”
(Na sala, Maria das Dores caminha de um lado para o outro, aflita e preocupada com a demora de Alex; Sentado no sofá, Luís também demonstra apreensão; No quarto do casal, Carlos dorme, roncando alto, e Solange entra, com um copo de café nas mãos)
SOLANGE: Pai, acorda… Trouxe o café pro senhor! Pai…
(Solange balança Carlos, que demora a acordar, bastante abatido)
CARLOS: (sonolento) Que foi, Solange?
SOLANGE: Trouxe um café pro senhor… Mas o que houve, pai? O senhor tá amarelo, abatido… Aconteceu alguma coisa? Até estranhei que não foi pra birosca logo cedo.
(Com dificuldade, Carlos ajeita-se na cama, para sentar, e Solange lhe dá o copo)
CARLOS: Tô bem não, filha… Tô com uma dor forte na barriga, uma gastura.
SOLANGE: (preocupada) Então procura um médico, pai… E se for alguma coisa mais séria? Quer que eu leve o senhor no UPA?
CARLOS: Precisa não, Solange, é só um mal-estar… Logo, logo passa!
(Carlos sente mais uma forte fisgada em seu fígado e faz uma expressão de dor; Logo, Carlos bebe o seu café e Solange o observa, bastante preocupada; Dos três filhos, ela é a que mais tem proximidade com o pai, apesar de tudo; Na sala, Maria das Dores continua andando, preocupada, e Luís se levanta do sofá)
LUÍS: Mãe, eu vou rodar pelo entorno da cidade, o Alex não deve tá muito longe… Quando eu encontrar ele, o trago pra casa.
MARIA DAS DORES: Está bem, meu filho… Mas tome cuidado, hein!
(Luís beija a testa de Maria das Dores e sai; Com uma angústia no peito, Maria das Dores eleva o seu coração em oração)
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(Na saída do morro, Tati se despede de Kelly, com um beijo e um longe abraço, e a adolescente embarca no ônibus, com uma grande mochila cheia de coisas; O ônibus parte e Tati fica ali, chorando bastante; Pomposo, Alex chega, com sua camisa pendurada em um dos ombros, e Tati se surpreende ao vê-lo)
TATI: (feliz) Alex?
(Tati sorri e Alex continua sério)
ALEX: Ora veja, quem eu encontro! Tati… Como tem coragem de falar comigo depois daquilo que me fez há 28 anos?
(Com o desprezo de Alex, Tati para de sorri, imediatamente)
TATI: Alex, eu juro que não queria, juro!
ALEX: Não? Então por que fez? Por causa de você, e por causa de todos aqueles testemunhos mentirosos, eu perdi a maior parte da minha vida naquela penitenciária. Perdi os melhores anos da minha vida, toda a minha juventude foi jogada no lixo… Por quê? Porque mentiram gravemente contra mim, e você foi uma delas. Logo você, que sempre correu atrás de mim… Me acusar de te estuprar? Seria até engraçado se não fosse tão grave.
(Irônico, Alex ri e Tati tenta confessar, mas seu medo fala mais alto)
TATI: Acredita em mim, Alex, por favor, acredite em mim… Eu não queria, mas…
ALEX: (desconfiado) Mas o quê?
(Quando Tati, finalmente, está prestes a desabafar, eis que Luís aparece, afobado)
LUÍS: Alex, ainda bem que você apareceu, Alex… A mãe tá lá, quase morrendo de preocupação por sua causa. Como faz isso com a gente, cara? Vamos logo, que ela tá morrendo de vontade de te ver.
ALEX: Mas eu estava aqui falando com a…
LUÍS: Depois, Alex… Depois você conversa! Não acha que já sumiu por muito tempo não? Agora vamos!
(Luís abraça Alex pelo pescoço e vai tirando-o dali)
ALEX: Nossa conversa ainda não acabou não, hein, Tati… Quero saber dessa história direitinho!
(Ao sair, Alex fala e Tati abaixa a cabeça; Alex e Luís sobem o morro, abraçados, e Tati os observa, com o olhar que denota tristeza misturada com medo)
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Alguns dias se passam e o sábado, finalmente, chega.
“Mansão dos Smith – Sala”
A imensa e luxuosa sala está decorada, deslumbrantemente, com fitilhos prateados e muitos delicados jarros de cristais recheados com flores artificiais na cor dourada brilhante. É a festa de noivado de Afrodite e Frederick.
(Somente pessoas da alta sociedade estão no local; Pessoas conversam e riem, enquanto Cidinha e outras empregadas servem bebidas refinadas e canapés; Uma orquestra lírica toca uma música suave, tornando o clima mais agradável; Ruez e Marieta se aproximam de Frederick, e juntos, eles posam para um fotógrafo; Sem alegria e totalmente séria, Afrodite desce as escadas, com um longo vestido preto e uma maquiagem pesada nos olhos, e Ana vem atrás; Flashes e aplausos recepcionam Afrodite e Frederick vai logo ao seu encontro, dando-lhe um apaixonado beijo; Todos aplaudem com mais intensidade e enciumada, Bruna deixa a sala; Cidinha e Ana se entreolham, desconfiadas)
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“Casa de Maria das Dores – Quarto de Alex”
(De frente a um grande e sujo espelho, Alex está se arrumando; Ele passa um dedo de perfume e espalha o cabelo, tirando o excesso da água que restou de seu banho; Sentada na cama, Maria das Dores está olhando para um papel, um pouco desconfiada)
MARIA DAS DORES: Meu filho, será que essa carta é mesmo dela?
ALEX: É sim, mãe. Aí está escrito para eu ir à mansão, que ela vai comunicar aos pais que nós estamos namorando outra vez. A Afrodite ainda me ama, mãe e hoje ela vai provar isso para os pais dela.
(Olhando para o espelho, Alex sorri; Feliz pelo filho, Maria das Dores se aproxima de Alex e o abraça por trás)
MARIA DAS DORES: Então, tomara que dê tudo certo, meu filho… Estou torcendo pela sua felicidade!
(Maria das Dores beija a bochecha de Alex, que sorri, alegremente)
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(Na luxuosa mansão, a festa continua; Frederick não consegue controlar a sua alegria e Afrodite não está nem um pouco contente, é visível o seu desânimo; Simpática com os convidados, Cidinha continha servindo os canapés; Lentamente, Ana se aproxima de Cidinha e cochicha com ela)
ANA: Cidinha, você viu? Na hora que a my mammy desceu, aquela falsa da Bruna saiu com uma cara… Por que será, hein?
CIDINHA: Não sei, minha filha, mas desde quando eu peguei a Bruna falando da sua mãe, eu senti que ela sente inveja da Afrodite. Acho melhor ficarmos de olhos bem abertos nessa víbora.
(Ana concorda com a cabeça)
ANA: Falando nela, onde ela está agora?
(Cidinha não sabe responder; Ana fica bastante intrigada)
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(No jardim da mansão, Bruna está sentada em um banquinho, chorando)
BRUNA: (invejosa) A Afrodite, mais linda do que nunca, noivando com o homem que deveria ser meu. Que ódio! Sei que esse casamento me trará benefícios, e muitos, mas não sei se tolero mais essa farsa. Eu vou lá… Vou! Vou fazer o que devo fazer!
(Decidida, Bruna enxuga as suas lágrimas e caminha para dentro da mansão)
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(Reparando em tudo, a pessoa misteriosa aparece na festa; Marieta, que conversava com uma socialite muito perua, se espanta ao vê-la)
MARIETA: (gritando) Você?!
(A orquestra se descontrola e param a música, imediatamente; Todos olham para a pessoa misteriosa; Ao ver a tal pessoa, Afrodite faz uma expressão de desespero e a cena do seu aborto vem à tona em sua memória; Lentamente, a câmera foca em Maria dos Prazeres, que sorri, maliciosamente, com um grande envelope pardo nas mãos)
MARIA DOS PRAZERES: (irônica) Surpresinha!
MARIETA: Ah, mas você vai sair da minha mansão, agora mesmo… SEGURANÇAS!
(Marieta bate palmas 3 vezes e os seguranças se aproximam, tentando encostar em Maria dos Prazeres, que se esquiva)
MARIA DOS PRAZERES: Tirem essas patas de cima de mim! Eu não saio daqui sem falar com o seu Ruez. Ou melhor, dizendo… Ruez, pois não sou mais escrava nessa mansão, graças aos céus!
RUEZ: Eu não tenho nada pra falar com você… Fora daqui! Fora!
(Ruez aponta o dedo para a porta, expulsando Maria dos Prazeres, que permanece imóvel)
MARIA DOS PRAZERES: Você não tem, mas eu tenho… Quer que eu fale aqui na frente de todos? Vai ser um grande escândalo, isso eu garanto!
(Debochada, Maria dos Prazeres sorri e todos os convidados cochicham uns com os outros, confusos com aquilo; Ninguém entende nada; Duvidosos, Ruez e Marieta se entreolham)
MARIA DOS PRAZERES: Então… Vamos conversar a sós ou prefere que eu fale aqui mesmo? Mas lembre-se que amanhã já estará em todos os jornais da cidade e do mundo, hein!
(Pressionado, Ruez se vê contra a parede)
RUEZ: Seja a besteira que for, não quero que você estrague a festa de noivado da minha filha… Vamos conversar em meu escritório pessoal.
(Satisfeita, Maria dos Prazeres sorri; Ruez e Maria dos Prazeres sobem as escadas e Marieta não sabe como agir; Bruna aparece e não entende nada)
BRUNA: O que houve aqui, gente… Que caras são essas? Cadê a música?
(Bruna olha para a orquestra e faz um sinal)  
BRUNA: Vamos, toquem! A festa deve continuar.
(A orquestra começa a tocar novamente, mas todos permanecem estranhos; Confusa, Bruna se aproxima de Frederick)
BRUNA: Confesso que até pensei em acabar com essa festa, mas esse desânimo foi tão frustrante, que perdi até a vontade. (risos) O que aconteceu aqui?
FREDERICK: Sai lá… Uma maluca, que veio aqui pra conversar com o Ruez e prometeu fazer um escândalo. Parece ser coisa séria.
BRUNA: (curiosa) Coisa séria? O que será?
(Frederick faz sinal que não sabe e Bruna fica pensativa)
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“Mansão dos Smith – Escritório de Ruez”
(Impaciente, Ruez senta-se à mesa)
RUEZ: Desembucha logo… Você já causou muita confusão por hoje. O que quer comigo?
(Emburrado; Ruez se levanta e apoia suas mãos sobre a mesa; Maliciosa, Maria dos Prazeres chega perto de Ruez, quase o beijando)
MARIA DOS PRAZERES: Senti saudades dos nossos velhos tempos… Patrãozinho!
(Irônica, Maria dos Prazeres sorri e irritado, Ruez se afasta)
RUEZ: Fala logo de uma vez, Maria dos Prazeres… Eu já estou perdendo a minha paciência. O que quer?
MARIA DOS PRAZERES: Saudades dessa sua braveza na cama. (risos) Enfim, retornando ao assunto principal… Voltei, pois quero morar aqui nessa mansão.
(Irônico, Ruez gargalha)
RUEZ: O quê? Você só pode não estar em seu juízo perfeito. Por algum acaso bebeu? Foi? Eu nunca te colocaria aqui dentro outra vez, ainda mais depois daquilo que você fez com a minha filha… Pode esquecer essa sua ideia absurda.
MARIA DOS PRAZERES: Ah, falando na Afrodite, a sua princesinha, eu tenho umas fotinhos bem comprometedoras dela, sabia? Se você não me colocar aqui dentro, essas fotos vão parar em todas as revistas. Será um escândalo magistral… E nada agradável para a pose de vocês na alta sociedade.
RUEZ: (curioso) Fotos? Que fotos são essas?
MARIA DOS PRAZERES: Veja com os seus próprios olhos. Só te aconselho a tomar um remédio antes, para não enfartar.
(Sarcástica, Maria dos Prazeres ri; Temeroso, Ruez pega o envelope e tira as fotos, analisando-as e se espantando com o que vê)
RUEZ: Ma… Ma… Mas… Que pouca vergonha é essa? Eu vou rasgar isso!
(Totalmente irado, Ruez rasga as fotografias e Maria dos Prazeres senta-se sobre a mesa, assistindo a tudo com um maléfico sorriso nos lábios)
MARIA DOS PRAZERES: Rasgue, Ruez, pode rasgar… Eu tenho outras cópias e também tenho na minha câmera, que fui comprar no exato dia que vi os dois juntos. Aproveitei para estreá-la! São tão bonitinhos juntos, né? Formam um belo par!
(Irônica, Maria dos Prazeres sorri e com ódio, Ruez a enforca)
RUEZ: Eu vou te matar, Maria dos Prazeres… Eu vou te matar!
(Sem ar, Maria dos Prazeres balança os braços)
MARIA DOS PRAZERES: (sufocada) Me solte… Seu… Seu…
(Tossindo, Maria dos Prazeres consegue se livrar e corre em direção à porta)
MARIA DOS PRAZERES: Já que você não quer o meu acordo, eu vou espalhar essas fotos para todo mundo… E ainda vou gritar lá embaixo que nós tivemos um caso no passado e…
RUEZ: Tá bom, sua demônia… Se você quer tanto morar aqui nesse inferno, que seja mal-vinda. Só que não posso te colocar aqui dentro sem uma desculpa bem convincente, senão a Marieta pode desconfiar. Topa se passar por governanta?
(Sorrindo, Maria dos Prazeres se aproxima de Ruez)
MARIA DOS PRAZERES: Ah, agora sim você está falando a mesma língua que eu, querido patrãozinho. Fechado, eu topo me fingir de governanta, mas tem dará as ordens serei eu!
(Maliciosamente, Maria dos Prazeres sorri e estende a mão para Ruez, que a encara, raivosamente; Ouvindo tudo atrás da porta, Bruna fica boquiaberta; Mais afastada, Ana a espia, bastante intrigada)
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(Na sala, a festa continua e os convidados estão menos alvoraçados; Impaciente, Marieta olha constantemente para o alto da escada; Frederick se aproxima de Afrodite e lhe dá mais um beijo; Frederick sorri e Afrodite não esboça nenhuma simpatia; Ruez e Maria dos Prazeres descem alguns degraus da escada, parando na metade; Ruez faz sinal para a orquestra parar e a música se encerra)
RUEZ: Sei que é uma noite de comemoração, a festa de noivado da minha amada filha, Afrodite, com o meu querido genro, Frederick…
MARIA DOS PRAZERES: (resmungando) Sem delongas, Ruez… Vá direto ao assunto!
RUEZ: … Mas faço um comunicado, especialmente para a minha esposa, a minha filha, Frederick e Bruna, que estão passando uma temporada aqui conosco… Enfim, comunico à minha família, que a partir de hoje, a… Maria dos Prazeres volta a trabalhar aqui, com o cargo de governanta da mansão.
(Forçado, Ruez termina de falar; Sentindo-se vitoriosa, Maria dos Prazeres sorri e bate palmas, sozinha; Marieta se indigna; Não entendendo, Afrodite e Cidinha se entreolham)
MARIETA: (irritada) Ah, mas que palhaçada é essa, Ruez?
(Todos os convidados voltam a cochichar uns com os outros; Ruez abaixa a cabeça; Marieta encara Maria dos Prazeres, que sorri falsamente e acena para ela; Por dentro, Marieta explode de raiva; Por entre os convidados, Alex chega e fica um pouco perdido entre tantas pessoas)
FREDERICK: Pessoal, vamos esquecer essa história e vamos ao que interessa… Ao meu noivado com a Afrodite!
(Sorrindo, Frederick beija Afrodite, inesperadamente, e todos aplaudem; Passando por tantas pessoas, finalmente, Alex consegue vê o que se passa; Ele se choca ao ver Afrodite e Frederick aos beijos)
ALEX: (decepcionado) Mas… O que significa isso, Afrodite?
“Ao ouvir a voz de seu amado, Afrodite se aparta de Frederick e olha para Alex, completamente surpresa com a sua presença ali; Ruez e Marieta não gostam de vê-lo; Frederick o encara, sentindo-se vitorioso por ter conseguido conquistar Afrodite; Cidinha se entristece com o acontecido e Afrodite sente-se envergonhada por trair a confiança de Alex, mesmo que contra a sua vontade; Com os olhos marejados, Alex e Afrodite se olham profundamente. Ela triste e ele completamente magoado”
(A imagem se congela num tom preto-e-branco) 
Continua… 

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